Dilma e Aécio disputarão o segundo turno para presidente

Da Redação | 05/10/2014, 20h08

A presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) farão a disputa em segundo turno das eleições presidenciais.  Dilma obteve 41,6% dos votos válidos (43,2 milhões) contra 33,5% de Aécio (34,9 milhões de votos). A terceira colocada, Marina Silva (PSB) atingiu 21,3% dos votos válidos (22,1 milhões de votos).

Dilma reúne sob a coligação 'Com a força do povo', além do seu partido, PMDB, PDT, PC do B, PP, PR, PSD, PROS e PRB. Aécio está amparado pela Coligação Muda Brasil, que reúne o PSDB, PMN, SD, DEM, PEN, PTN, PTB, PTC, e PT do B)

Veja abaixo os perfis de Dilma e Aécio.

Dilma Rousseff

Primeira mulher a se tornar presidente da República do Brasil, Dilma Vana Rousseff nasceu em 14 de dezembro de 1947, na cidade de Belo Horizonte (MG). É filha do empresário búlgaro Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane da Silva, nascida em Resende (RJ). O casal teve três filhos: Igor, Dilma e Zana. Dilma tem uma filha, da união com o advogado Carlos Franklin Paixão de Araújo.

Iniciou sua militância política aos 16 anos e pouco depois ingressou na luta armada contra a ditadura militar. Foi presa em 1970 e permaneceu por quase três anos no presídio Tiradentes, na capital paulista, onde foi submetida a tortura.

Livre da prisão, muda-se para Porto Alegre em 1973. Retoma os estudos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul após fazer novo vestibular. Em 1975, Dilma começa a trabalhar como estagiária na Fundação de Economia e Estatística (FEE), órgão do governo gaúcho. No ano seguinte, dá à luz a filha, Paula Rousseff Araújo.

Dedica-se, em 1979, à campanha pela anistia durante o processo de abertura política comandada pelos militares ainda no poder. Com o marido Carlos Araújo, ajuda a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Rio Grande do Sul. Trabalhou na assessoria da bancada estadual do partido entre 1980 e 1985. Em 1986, o então prefeito da capital gaúcha, Alceu Collares, escolhe Dilma para ocupar o cargo de secretária da Fazenda.

Nas eleições de 1989, trabalhou para a campanha de Leonel Brizola ao Planalto, e só no segundo turno foi às ruas pedir votos a Lula.

No início da década de 1990, retorna à Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, agora como presidente da instituição. Em 1993, com a eleição de Alceu Collares para o governo do Rio Grande do Sul, torna-se secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul. Foi esse trabalho que futuramente chamaria atenção de Lula e renderia convite a Dilma para trabalhar no governo como ministra.

Em 1998, inicia o curso de doutorado em Economia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mas, já envolvida na campanha sucessória do governo gaúcho, não chega a defender tese. A aliança entre PDT e PT elege Olívio Dutra governador e Dilma ocupa, mais uma vez, a Secretaria de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul. Dois anos depois, filia-se ao PT.

Em 2002, Dilma é convidada a participar da equipe responsável pela transição entre os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula (2003–2010) e ganhou destaque na equipe responsável por formular o plano do governo na área energética. Foi convidada então a ocupar a pasta de Minas e Energia em 2003. Permaneceu no cargo até 2005, quando substituiu José Dirceu, atingido pelo escândalo do mensalão, na Casa Civil.

Entre 2003 e 2005, comanda reformulação no setor com a criação do chamado marco regulatório (leis, regulamentos e normas técnicas) para as práticas em minas e energia. Além disso, preside o Conselho de Administração da Petrobras, introduz o biodiesel na matriz energética brasileira e cria o Programa Luz para Todos.

Em 2009, revelou que se submetera a tratamento contra um linfoma descoberto em exame de rotina. Após sessões de radioterapia e quimioterapia, anunciou que estava curada do câncer. Meses depois, teve sua candidatura à Presidência oficializada pelo PT.

Dilma comandou uma extensa campanha pelo país, tendo Lula como seu principal cabo eleitoral. Seus compromissos prioritários eram com o crescimento econômico (prometeu um índice anual de 5,9%, muito superior aos menos de 2% alcançados em seu governo), o controle da inflação e o combate à miséria. Viu a disputa ser levada ao segundo turno em meio a denúncias envolvendo Erenice Guerra, sua antiga auxiliar e então ministra da Casa Civil. Na segunda etapa da votação, Dilma confirmou seu favoritismo e se tornou a primeira presidente mulher do Brasil, com quase 56 milhões de votos.

Na primeira entrevista após a eleição, Dilma afirmou que a marca que ela gostaria de imprimir ao seu governo era a da erradicação da pobreza. Algumas bandeiras prometidas para um segundo mandato são combate à corrupção, expansão da banda larga para todo o Brasil, autonomia do Banco Central e criminalização da homofobia.

Na esteira do Programa Mais Médicos, ela anunciou o lançamento do Mais Especialidades, que será uma rede de clínicas com especialistas e exames de apoio diagnóstico para acabar com a espera e a demora no atendimento às pessoas em todo o Brasil.

Aécio Neves

Natural de Belo Horizonte, Aécio Neves da Cunha nasceu em 10 de março de 1960. Formado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), começou sua carreira política como secretário pessoal do avô Tancredo Neves — o presidente da República eleito em 1985 pelo Colégio Eleitoral, morto antes de tomar posse. Um ano depois da morte do avô, Aécio elegeu-se deputado federal constituinte.

Em 1990, já filiado ao PSDB, conquistou seu segundo mandato na Câmara. Dois anos depois, concorreu, sem sucesso, à eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte. Em seu terceiro mandato como deputado federal, tornou-se líder da bancada do seu partido.

Em 2001, em uma articulação que contou com a ajuda do então ministro da Saúde José Serra, apresentou-se como candidato à Presidência da Câmara à revelia do PFL (atual DEM), principal aliado do governo Fernando Henrique Cardoso. Eleito, tomou medidas, como a criação do Conselho de Ética, que ajudaram a pavimentar seu nome para a disputa do governo de Minas Gerais.

Eleito para o governo de Minas Gerais duas vezes no primeiro turno, em 2002 e 2006, e com a maior taxa de aprovação entre governadores em 2009, foi cotado para disputar a vice-presidência  da República na chapa de Serra em 2010, mas recusou o convite. No mesmo ano, foi eleito senador.

Como governador, destacou-se pelo chamado “choque de gestão”, um conjunto de medidas adotadas para recuperar as finanças estaduais – então em péssimo estado – e melhorar a qualidade dos serviços públicos. Cortes de despesas, a criação de um sistema de incentivos remuneratórios para os funcionários e a extinção, fusão e reorganização de órgãos foram algumas das medidas implementadas. As mudanças permitiram ao governo mineiro recolocar o pagamento dos salários em dia e pagar dentro do prazo o 13º salário, algo que não ocorria desde 1989.

Muito elogiado por especialistas e por instituições como o Banco Mundial, o modelo projetou o nome do seu principal inspirador, o consultor Vicente Falconi, e foi em seguida replicado por governos estaduais e municipais ligados a diferentes partidos.

Sua passagem pelo governo também foi marcada pela construção da Cidade Administrativa, um conjunto de cinco prédios projetados por Oscar Niemeyer e construídos na região Norte de Belo Horizonte. Além de concentrar em um único local todos os órgãos públicos estaduais, o complexo possibilitou desafogar o Centro da capital mineira e estimular o desenvolvimento de municípios situados ao Norte de Belo Horizonte.

A modernização administrativa possibilitou aumentar a destinação de recursos para áreas como saúde, educação, combate à pobreza e segurança pública.

Atualmente, Minas é o estado brasileiro com o melhor sistema de educação fundamental, segundo o Ideb (órgão ligado ao governo federal). De 2003 a 2008, a mortalidade infantil caiu de 17,6 para 14,6 mortos por mil nascidos vivos. No mesmo período, houve uma queda de 36% na incidência de crimes violentos, tais como homicídios, latrocínios (roubos seguidos de morte) e sequestros. Em Belo Horizonte, a queda foi ainda maior – 52%.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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