Higiene do sono: saiba o que é e como ela pode melhorar a sua vida

Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 40% dos brasileiros sofrem de algum distúrbio de sono, situação que se agravou durante a pandemia, como indica pesquisa realizada pelo Instituto do Sono, de São Paulo.
09/05/2022 12h10

Se você acha que não tem dormido tão bem nos últimos tempos, saiba que não está sozinho. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 40% dos brasileiros sofrem de algum distúrbio de sono, situação que se agravou durante a pandemia, como indica pesquisa realizada pelo Instituto do Sono, de São Paulo. Entre os participantes, 55% alegaram piora na qualidade do sono durante o surto de covid, atribuída a razões como aumento de preocupações e de tempo em frente a telas (celular, computador e televisão).

Houve uma grande mudança no padrão de sono na sociedade nos últimos 200 anos. Antigamente não havia eletricidade, não se trabalhava à noite. Agora as pessoas vão dormir cada vez mais tarde, com mais estímulos prejudiciais ao sono e não dormem a quantidade de horas necessárias. Mais recentemente, veio a pandemia e esse quadro piorou para muitas pessoas explica Einstein de Camargos, professor de pós-graduação em Ciências Médicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB).

A dificuldade em pegar no sono pode ser pontual e estar relacionada a experiências transitórias que a pessoa vivencia. Por exemplo: um dia agitado, estressante, com algum desgaste emocional pode ser o prenúncio de uma noite sem sono. Mas uma eventual noite mal dormida é diferente de um quadro de insônia, caracterizado pela dificuldade em adormecer, manter o sono e/ou acordar muito cedo, pelo menos três vezes por semana por um período de três meses ou mais. A ocorrência frequente de noites mal dormidas pode caracterizar insônia crônica, que precisa ser tratada por um profissional de saúde para evitar danos maiores à saúde física e mental.

Malefícios

Mais do que um incômodo, dormir mal compromete a sensação de bem-estar e a saúde física e mental do indivíduo. Pessoas com insônia têm probabilidade 50% maior de apresentar queixas de dor de cabeça intensa, de acordo com estudos especializados. Além disso, a privação de sono no longo prazo está relacionada a problemas como irritabilidade, depressão, falta de memória e doenças degenerativas.

Pesquisas recentes têm buscado compreender melhor o sistema de limpeza que atua no cérebro durante o sono, principalmente na fase de sono mais profundo, que tem o objetivo de retirar as toxinas produzidas no órgão ao longo do dia. Essas pesquisas relacionam a má qualidade do sono no longo prazo a doenças como Alzheimer e Parkinson adiciona o médico.

Mas, afinal, o que é uma boa noite de sono? Embora a quantidade de horas necessárias para um descanso reparador varie entre os indivíduos, para a grande maioria, significa ter de sete a oito horas de sono. A melhor medida, segundo Camargos, é a percepção pessoal de cada um.

Se você acorda satisfeito com o descanso que teve à noite, se sente esperto e ativo, não percebe impacto negativo da qualidade do seu sono nas atividades do dia, então me parece que você dormiu bem — afirma o médico.

Na situação oposta, deve-se ficar atento a alguns sinais que podem aparecer ao longo do dia, como sonolência, irritabilidade e dificuldade de concentração. Nesses casos, além de buscar ajuda de um profissional de saúde, pode-se adotar um conjunto de práticas que contribuem para a melhor indução e qualidade do sono, conhecido como higiene do sono.

A higiene do sono funciona e traz bons resultados. Ocorre que, nos tempos atuais, pode ser difícil resistir, por exemplo, ao celular e às notícias antes de ir para a cama, ou conseguir dormir e acordar todos os dias na mesma hora. Então muitas pessoas vão preferir tomar um remédio para dormir lamenta.

 

 

Por Juliana Costa