Fundador do PSDB, Marcus Pestana deixa o partido para trabalhar no Senado

O ex-deputado federal Marcus Pestana se desfiliou do PSDB na última sexta-feira (19/5). Um dos fundadores dos tucanos, ele vai trabalhar na Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, a convite do presidente do Congresso Nacional Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O ex-secretário de Saúde de Minas Gerais por oito anos tentou se eleger governador de Minas Gerais no ano passado, mas recebeu apenas 60.637 votos, menos que 1% dos votos válidos, ficando em quarto lugar na disputa. 

“Agradecendo o rico e produtivo convívio nestes últimos 35 anos, reitero o compromisso com a construção de um Brasil democrático, justo e moderno. Nas futuras funções, eminentemente técnicas, junto à IFI, como economista e professor da área, continuarei trabalhando por um regime fiscal e orçamentário transparente, sólido e consistente”, escreveu Pestana em carta encaminhada às presidências do PSDB em âmbito nacional (o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite), estadual (o deputado federal Paulo Abi-Ackel) e municipal de Juiz de Fora (Eduardo Schoreder).

Pestana foi deputado federal por Minas Gerais em dois mandatos consecutivos, entre 2011 e 2019, e deputado estadual entre 2007 e 2010. Também atuou como secretário nos governos de Eduardo Azeredo e Aécio Neves, ambos do PSDB. Foi, ainda, chefe de gabinete do Ministério das Comunicações no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e vereador em Juiz de Fora.

A Instituição Fiscal Independente do Senado Federal, onde Pestana vai trabalhar a partir de agora como diretor-executivo, foi criada em 2016 com o objetivo de ampliar a transparência nas contas públicas. Ele substitui o economista Felipe Salto, cujo mandato venceu. Atualmente, a IFI tem a direção da economista Vilma da Conceição Pinto.

Em entrevista à rádio FM O TEMPO no ano passado, Pestana chegou a sugerir o fim do PSDB após os recentes fiascos da sigla nacionalmente. "Sou fundador do PSDB, mas não tenho paixão irreversível, eu fico preocupado com a aglutinação, com a social democracia. Precisamos de racionalização partidária (...) O PSDB abriu mão do protagonismo, nós temos que pensar no quadro seguinte, em um projeto em 2026, que pode, inclusive, passar por um fim do PSDB com a  criação de novo partido mais amplo de centro democrático", pontuou Pestana que sugeriu uma reorganização partidária no Brasil.