A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, estima que a dívida bruta fechará este ano com o equivalente a 78,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados, divulgados nesta quarta-feira, também indicam para a elevação desse patamar para 82,3% do PIB em 2024.
A justificativa dada pela instituição para os números é de que “as incertezas no campo fiscal e o cenário econômico mais desafiador influenciam negativamente a dinâmica da dívida pública”.
No último levantamento oficial, o Banco Central mensurou que a dívida bruta do país fechou o ano passado representando 73,5% do PIB — menor proporção desde julho de 2017, quando essa relação era de 73,18%.
O nível está bem distante dos 51,77% registrados pelo BC no final do segundo mandato do presidente Lula, em dezembro de 2010.
O Brasil ganhou o chamado “grau de investimento” pela primeira vez em 2008. Posteriormente, as agências de risco Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s, retiram este “selo” entre 2015 e 2016, diante do cenário fiscal do país.
Em entrevista ao GLOBO, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, definiu como meta a retomada do grau de investimento das agências até o fim do mandato do presidente Lula, em 2026.
No relatório divulgado nesta quarta-feira, o órgão fiscal do Senado avalia que seria necessário um superávit primário de 3,8% do PIB em 2023 para a estabilização da dívida, tendo em vista uma taxa real de juros implícita da dívida em 6,1% e crescimento real da economia de 0,9%.