Economia

Bruno Funchal será o novo secretário do Tesouro Nacional

Ele irá substituir Mansueto Almeida, que pediu para deixar o cargo
Bruno Funchal, diretor de programa do Ministério da Economia, e futuro secretário do Tesouro Nacional Foto: Edu Andrade / Ministério da Economia
Bruno Funchal, diretor de programa do Ministério da Economia, e futuro secretário do Tesouro Nacional Foto: Edu Andrade / Ministério da Economia

BRASÍLIA — O ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu o nome do novo secretário do Tesouro Nacional. Será o economista Bruno Funchal, atual diretor de programa da Secretaria de Fazenda da pasta. A informação foi confirmada pelo Ministério da Economia nesta segunda-feira.

Funchal irá substituir Mansueto Almeida, que anunciou no domingo que decidiu deixar o cargo. Agora, Mansueto e Funchal vão se concentrar na transição do cargo. Funchal irá assumir o cargo definitivamente em 31 de julho.

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O economista Bruno Funchal foi secretário de Fazenda do Espírito Santo em 2017 e 2018, estado considerado um dos principais exemplos de cuidado com as contas públicas. "Estava no cargo quando o estado foi o único que recebeu nota A do Tesouro Nacional", destacou o ministério, em nota.

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Atualmente, ele é responsável por acompanhar as relações com governadores e prefeitos no Ministério da Economia. Foi um dos articuladores da proposta de socorro a estados e municípios por conta da pandemia, que gerou atritos entre o governo e o Congresso. Por meio desse projeto, a Economia irá liberar R$ 60 bilhões para os governos regionais.

Funchal também participou da elaboração da proposta do novo Pacto Federativo, apresentado pelo governo no fim do ano passado e em discussão no Congresso. A Economia destacou, na nota, que ele é "trabalha pelo ajuste fiscal do país".

"O Ministério da Economia agradece a Mansueto Almeida pelo compromisso com a equipe que chegou com o novo governo e por todo trabalho realizado à frente do Tesouro Nacional em prol do reequilíbrio das contas do país", informou a nota.

No fim do dia, uma edição extra do Diário Oficial da União trouxe mais uma mudança na equipe econômica. Guedes exonerou, a pedido, o secretário especial adjunto de Fazenda, Jeferson Bitterncourt. O ministério não informou o motivo da saída.

Indicação bem recebida

O nome de Bruno Funchal foi bem recebido entre os técnicos do Tesouro. Fontes do órgão avaliaram que ele é um nome com formação acadêmica densa e com interlocução dentro e fora do Ministério da Economia.

A boa interlocução de Funchal com os secretários de Fazenda dos estados foi um dos fatores determinantes para a escolha de Guedes. O novo secretário do Tesouro já fazia essas conversas, mas agora vai ter que intensificar a relação.

É o Tesouro quem vai comandar o programa de socorro financeiro e a proposta de ajuste nas contas dos estados. Também depende do Tesouro o aval para empréstimos topmados pelas unidades da federação com garantias da União.

O objetivo de Guedes é manter as diretrizes de atuação do Tesouro Nacional, com a defesa do teto de gastos e a necessidade de ajuste fiscal. O teto de gastos é a regra que impede o crescimento das despesas da União acima da inflação do ano anterior.

Funchal é formado em economia pela Universidade Federal Fluminense. É doutor pela Fundação Getulio Vargas, com pós-doutorado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada e professor titular da Fucape Business School. Faz parte do Conselho Fiscal da Caixa Econômica Federal.

O novo secretário tem pela frente o desafio de contribuir com a recuperação nas contas públicas após o estrago feito pelo coronavírus. O Brasil está no sétimo ano de deficit.

As contas vinham melhorando nos últimos anos, mas a necessidade de gastar mais para conter a pandemia e seus efeitos econômicos vai levar o país para um rombo na casa de R$ 800 bilhões neste ano. A dívida vai chegar a marca emblemática de 100% do PIB em 2022, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI).

Leia a íntegra da nota do Ministério da Economia:

O Ministério da Economia comunica que iniciou a transição no comando da Secretaria do Tesouro Nacional. O economista Bruno Funchal assumirá o cargo definitivamente em 31 de julho.

Ele é bacharel pela Universidade Federal Fluminense. É doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) - RJ, com pós-doutorado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada - IMPA. É professor titular da FUCAPE Business School. Foi pesquisador visitante na Universidade da Pensilvânia.

Em 2017 e 2018, Funchal foi Secretário de Fazenda do Espírito Santo e um dos responsáveis pelo processo de ajuste das contas públicas. Estava no cargo quando o estado foi o único que recebeu nota A do Tesouro Nacional.

Desde o início do governo Jair Bolsonaro, ele integra a equipe da secretaria de Fazenda como diretor de programa e trabalha pelo ajuste fiscal do país. Foi um dos técnicos responsáveis para elaboração do projeto do Pacto Federativo.

O Ministério da Economia agradece a Mansueto Almeida pelo compromisso com a equipe que chegou com o novo governo e por todo trabalho realizado à frente do Tesouro Nacional em prol do reequilíbrio das contas do país.