Xadrez do início do jogo pós-Bolsonaro, por Luis Nassif

O recuo foi recebido como um gesto de racionalidade, uma rendição à razão. É evidente que não. Não há a menor chance de que ceda à razão, especialmente agora que levou para dentro do Palácio seu heterônimo mais desequilibrado, o filho Carlos.

Peça 1 – Bolsonaro, o tigre desdentado

Coube ao Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta mostrar o tigre desdentado em que Jair Bolsonaro se transformou, em sua insistência em minimizar a crise do coronavirus.

Enfrentou-o, quando sua irresponsabilidade ameaçou desmontar a quarentena. Bolsonaro não conseguiu trocá-lo pelo terraplanista Contra-Almirante Antônio Barras Torres, atual presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). E manteve-se no centro das entrevistas, mesmo quando tentaram relega-lo a um segundo plano, em função da enorme mediocridade de seus companheiros de Ministério.

O pronunciamento de Jair Bolsonaro, ontem à noite, comprova seu total isolamento junto às instituições, ao seu próprio governo e à opinião pública. De repente, admitiu que a “gripezinha” é uma doença e tanto, conclamou à união nacional, anunciou as medidas inócuas que está tomando e deturpou declarações do diretor da Organização Mundial da Saúde, como já havia feito na parte da manhã.

No meio da tarde, notícias de Brasília davam conta de que ele havia chorado na frente de interlocutores não tão íntimos assim, e fora buscar apoio em militares, especialmente no general Villas Boas.

O recuo foi recebido como um gesto de racionalidade, uma rendição à razão. É evidente que não. Basta analisar o histórico de Bolsonaro. Ele sempre vai até o limite. Quando percebe que entrou em um beco, aparenta um recuo para voltar novamente. Não há a menor chance de que ceda à razão, especialmente agora que levou para dentro do Palácio seu heterônimo mais desequilibrado, o filho Carlos.

No Palácio, o único ponto de apoio continua sendo a inacreditável AGU (Advocacia Geral da União), que justificou seu passeio pela cidade, como “direito de ir e vir assegurado pela Constituição”.

Nesse momento, Bolsonaro é uma figura meramente decorativa. Com seu recuo, deixou órfãos nas redes sociais que, até ontem, se baseavam em sua palavra para minimizar o perigo.

Peça 2 – um Ministério mambembe

Nem se considere o grupo dos idiotas – os Ministros da Educação, da Família, das Relações Exteriores. Os dois Ministros considerados âncoras do governo – Paulo Guedes, da Economia, e Sérgio Moro, da Justiça – demonstraram, na coletiva de ontem, uma ampla, total, acachapante incompetência.

Até hoje Guedes não conseguiu viabilizar sequer os R$ 600 às pessoas na faixa da pobreza. Ontem, ao mesmo estilo Rolando Lero (o inesquecível personagem de Chico Anísio) explicou que a liberação dos recursos dependia de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

Imediatamente foi desmentido por Bruno Dantas, Ministro do TCU (Tribunal de Contas da União): “Usar a “regra de ouro” – escrita na Constituição para tempos de normalidade – como pretexto para atrasar a destinação emergencial de renda mínima já aprovada pelo Congresso de R$600 a idosos, pessoas com deficiência e trabalhadores informais não é simples omissão. É ação. E grave”.

Também foi desmentido por Felipe Saito, diretor-executivo da IFI BR (Instituição Fiscal Independente, ligada ao Senado): “Guedes está errado. Não se precisa de PEC para pagar o benefício de R$ 600, mas de uma MP. Fonte: dívida. Se a regra de ouro for rompida, um PL para que o Congresso autorize o rompimento. Vale lembrar: a regra de ouro já vem sendo rompida com autorização do Congresso há 2 anos”.

Até o pronunciamento de Bolsonaro, à noite, o estímulo para as pessoas voltarem ao trabalho era uma maneira de ocultar a incompetência do governo em fazer o dinheiro chegar às mãos dos desassistidos.

As explicações de Guedes escancararam a rotunda incompetência da área econômica em administrar a crise. Ainda não definiram uma fórmula minimamente eficiente para estimular a oferta de crédito dos bancos. Jogaram dinheiro nos bancos, com liberação do compulsório, mas não reduziram o risco de crédito até agora. O dinheiro ficará empoçado.

Na mesma coletiva, Guedes só foi superado por Sérgio Moro. Anunciou medidas pífias, de isolamento de presos. E garantiu que não há nenhuma vítima do coronavirus nos presídios. Só quando os corpos começarem a amontoar nas galerias dará o braço a torcer;

Peça 3 – consequências políticas

Conforme venho dizendo, o governo Bolsonaro acabou. Nos próximos dias, mais pessoas pularão do barco, aumentará a coragem dos representantes das demais instituições e será menor a blindagem, na apuração da morte de Marielle.

Os grupos começam a se rearticular se posicionando em relação à nova realidade trazida pelo coronavirus.

Para a fase de transição, no momento há dois personagens centrais.

Um deles é Rodrigo Maia, presidente da Câmara, que assumiu um papel de excepcional maturidade para enfrentar as loucuras de Bolsonaro. Outro é o vice-presidente general Hamilton Mourão, que ontem soltou um tuite em defesa do regime militar de 1964, provavelmente procurando galvanizar a insatisfação militar contra Bolsonaro.

Para a fase posterior, há um movimento em todos os lados, com os jogadores se posicionando, mas sem tomar posição definitiva. E uma tentativa de voltar à polarização pré-Bolsonaro, entre a centro-esquerda, representada pelo PT, e a centro-direita do PSDB mas, agora, com o caos trazido pelo coronavirus, outros grupos se jhabilitando.

Ontem, saiu um manifesto pedindo o impeachment de Bolsonaro, assinado por quatro lideranças expressivas da oposição – Fernando Haddad, Ciro Gomes, Flávio Dino e Guilherme Boulos. No momento seguinte, no entanto, Ciro voltou a atacar o PT.

O PT, diversas universidades federais, o grupo de Ciro Gomes, o pessoal do Armínio Fraga e Pérsio Arida, todos estão tirando sugestões da gaveta e apresentando o que consideram saídas para a crise. Como quem implementa medidas é governo, não a oposição, fica óbvio que estão esquentando o motor para a próxima disputa política.

Na Globo, há um empenho feroz em repaginar a imagem dos economistas que, nesses anos todos, forneceram o discurso legitimador do desmonte do Estado brasileiro.

Mas, provavelmente, assim como enterrou a era dos justiceiros, o coronavirus irá enterrar a era dos economistas. Entram em cena os sanitaristas, Certamente Luiz Henrique Mandetta torna-se peça relevante no jogo.

De qualquer modo, são movimentos ainda muito incipientes. O acordo para por fim ao governo Bolsonaro será o local para o primeiro ensaio do pacto. Por ali se terá ideia se será um pacto amplo ou um pacto miúdo.

 

Luis Nassif

40 Comentários

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  1. Por mais que resista o BRASIL vai ter que AGRADECER ETERNAMENTE a Luiz Inacio Lula da SILVA por não estarmos ainda PIOR do que nos encontramos.
    GRAÇAS A LULA, por suas decisões estratégicas e geopolíticas, hoje o BRASIL ainda tem RESERVAS internacionais pra manter o fluxo internacional.
    GRAÇAS A LULA hoje o BRASIL dispõe do cadastro do BOLSA FAMÍLIA pra poder socorrer imediatamente 50 milhões de brasileiros que se encontram em esta famélico.
    GRAÇAS A LULA (e Dilma) milhões de famílias tem um teto pra morar ..e seria melhor ainda se estes GOLPISTAS não tivessem destruído o MAIS MÉDICOS ao demitirem e humilharem os médicos Cubanos que hoje são reverenciados ao redor do PLANETA.

    Gente, me deixe confessar : hoje sinto, lamentavelmente, que me tornei uma pessoa PIOR do que já fui um dia, uma pessoa que jamais imaginei ser. HOJE me vejo uma pessoa insensível, ferida, ofendida, marcada pelo BRASIL e suas SUCESSIVAS CRISES (muitas delas fabricadas artificialmente, diga-se). Um ser que não consegue se solidarizar aos MINIONS por ex (mesmo que ditos arrependidos ou acometidos pelo CORONA VIRUS, alguns até hospitalizados) ..insensível a esse povo que em maioria se OMITIU, ou votou com ódio, nesse MONSTRO, pra nos presidir, mesmo sabendo do seu passado e intenções doentias ..some ainda a este meu sentimento a dor e frustração recentes ao ter visto LULA da SILVA abandonado em Curitiba pelo povão que ele tanto ajudou, parece que isso me remete a um estado de torpor impossível de ser superado ..sinceramente, espero estar errado.

    1. Não há incompetência nenhuma, como está no artigo. O que ocorre é um projeto de destruição nacional, da República e do Estado, e ele está sendo muito com-pe-ten-te-men-te implementado. Ele estaria a cargo apenas do desmonte guediano, mas, agora, recebeu o “luxuoso” auxílio do vírus. Não nada casual, fortuito, impensado nos atrasos dos pagamentos aos deserdados. É assim mesmo. Neste momento, tentam empurrar para o dia 16/4. Onde está a “incompetência”? Nenhuma, o plano, o projeto de aniquilamento da nação está indo de vento em popa. Portanto, basta de falar que são “incompetentes”!!!
      Rolando Lero era vivido pelo mineiro Rogério Cardoso.

  2. “Ontem, saiu um manifesto pedindo o impeachment de Bolsonaro, assinado por quatro lideranças expressivas da oposição – Fernando Haddad, Ciro Gomes, Flávio Dino e Guilherme Boulos. ”

    TOM CARDOSO é jornalista e escritor. E equivocadamente percebido como um cara divertido, mais para o lado do humorista, de um estilo praticado pelo saudoso Tarso de Castro. NÃO É. Seu livro “Se não fosse o Cabral – A máfia que destruiu o Rio e assalta o país”, que conta a lambança do Sérgio Cabral, é peça a ser juntada aos livros de História. Vem exatamente do Tom Cardoso, pelo Facebook, a crítica mais contundente a esse manifesto do clubinho fechado, e que assino embaixo:

    Tom Cardoso Cardoso
    30 de março às 21:06 ·

    Porra, quando eu falo que a esquerda brasileira pariu o Bebê de Rosemary os caras ficam bravo comigo.
    Mas eles não aprendem.
    Adivinhem quem assina o manifesto de hoje pedindo a renúncia do Bozo?
    Ciro, Haddad, Boulos, Manuela Dávila e Flávio Dino!
    Quem mais? O Partido da Causa Operária?
    A viúva do Prestes?
    A neta do Marighella?
    É inacreditável.
    Essa gente não aprende, não percebe que um manifesto assinado por políticos que pertencem ao mesmo espectro ideológico não tem força nenhuma, não sai da bolha e só dá munição para os fascistas.
    A cruzada NESSE MOMENTO, entendam, não é contra a direita e sim contra a extrema direita.
    Já vimos, com Bolsonaro, que há um abismo entre esses dois campos.
    Esse manifesto, portanto, precisava ser também assinado também pelo Caiado, pela Janaína, pelo MBL, pelo Doria, pelo Eduardo Leite, pelo FHC, pelo Paulo Hartung, pelo Luís Roberto Barrroso etc etc etc.
    “Ah, mas o Caiado, o MBL, também representam a extrema direita”.
    Melhor ainda: vamos usá-los para derrubar o fascismo.
    Até quando a esquerda brasileira vai fazer a alegria da extrema direita?

  3. Não se iluda. Bolsonaro apenas FINGIU um recuo para fazer de conta de que seria razoável quando na verdade ele continua o mesmo psicopata de antes, e assim ajudar os comparsas dele nas redes sociais a tentarem passar uma imagem de “racional” que ele nunca foi e nunca será.

    Ele só continua no poder por causa da INCRÍVEL COVARDIA dos que deveriam prendê-lo depois de tantos crimes em série cometidos contra o país, em conjunto com a incrível situação de um exército nacional que luta CONTRA o próprio país. Se os brasileiros tivessem espinha eles já teriam executado os Bolsonaros e seus comparsas.

  4. Tanto Ciro quanto o SOMARO tem as mesmas argumentações. Gritam, ofendem não conseguem argumentar com serenidade. Se olharmos as falas atuais do Grande Presidente Lula egresso das masmorras morianas nota-se ainda o estadista, o Ciro continua coronel com vocação a ser um bolsonaro com primário.

  5. Nassif pra mim está claro,Dória estragou os planos de mortandade de Bolsonaro ao se adiantar com a quarentena,eles não esperavam essa ousadia(quem sabe SP seria algum tipo de experiência ou bode expiatório deles?Fato q SP desde o início é sabotado,ora,pra mudar o sistema é preciso tirar o “comando” de quem lidera.Incentivo a quebradeira?Né Guedes sabotador!? sabemos q Bolsonaro gosta de uma Eugenia de uma forma ou outra(guerra,tortura etc…)a incompetência deste governo está bem à vista,e o melhor de tudo,aqueles q APOIARAM DESDE O INÍCIO(militares)deram as caras,se mostraram claramente, o GOVERNO BOLSONARO SEMPRE FOI MILITAR,divulguem isso,é uma simples informação q nos é negada (povão)e vcs por terem milhares de informações na cabeça não se atentaram,o objetivo lá na frente dessa gente nós sabemos tb, isso é uma grande vantagem,por favor coloquem líderes “cabra doido”nas Instituições/partidos,pessoas sem rabo preso e nada a perder para fazerem as coisas andarem, gostaria de escrever outras coisas aqui,mas no momento não posso,VIVA O BRASIL !!!

  6. Do contrário que ocorreu com as consequências do impeachment desastrado de Dilma, a chamada direita está armando meticulosamente a retirada da chamada extrema direita do poder, que aproveitou de forma oportunista a abertura do portal político de Brasília na era pós-PT.

    Para tanto, a solução seria deixar Bolsonaro concluir o mandato de forma inepta com a manutenção de alguma agenda neoliberal de meia dúzia de líderes do Congresso Nacional. Isso daria/rá estatus de legitimidade nas eleições presidenciais 2022 para que as seitas de terraplanistas e “desehierarquistas” retornem ao nicho inexpressivo social, até se recolher em pura nostalgia como é a ideologia da chamada extrema esquerda.

    Para infelicidade dos nossos velhinhos brasileiros, o COVIDE 19 é o fato novo que a direita necessitava para o plano de retorno ao poder de governo federal que julga sempre ser dela, embora nunca tivera maioria eleitoral. A adesão de policiais civis, empresários, prefeituras,chovendo insatisfeitos com a Bolsa e igrejas evangélicas não neopetencostais ao confinamento e uso de EPIs não eficientes no dia a dia dessa epidemia estão minando de vez a força bolsonarista que nem é o foco principal.

    Quanto ao CORONA VÍRUS, temos a modelagem em gráficos assustadores de especialistas que têm como base a hecatombe italiana com todas as suas peculiaridades de senescência e hábitos alimentares ricos em carboidratos. Por ora, não sabemos se o povo resiste em quarentena até o fim do mês de abril por causa das contas a pagar, isso depende do trânsito dos caixões nas ruas, pois o fato dos hospitais já estarem lotados de infectados, ainda não conscientizou toda a população.

  7. Nassif, venho dizendo que Bolsonaro é um ex-presidente em exercício. Está claramente se escorando nos seus apoiadores que vão saudá-lo todas as manhãs e na virulência das redes, mas
    no Twitter, rede social em que ele reinava, despencou o número de apoiadores seus (sem contar os robôs que foram aquietados).
    O que me preocupa é a saída disso. Primeiro, não podemos cair na ladainha de que o país não aguentaria outro impedimento. Aguenta sim! Tumores devem ser extirpados tantos quantos surgirem.
    Segundo, a quem vamos entregar as chaves do país? Ao PT dominado internamente pela “ditadura” Lula. Rodrigo Maia, do DEM?? Ao PSDB, também enlameado pela corrupção? A Sérgio Moro, que dá a lei aos inimigos e tudo aos amigos?
    A quem você entregaria as chaves do Brasil!
    Parabéns por ser uma voz dissonante há tanto tempo!

    1. Que tal entregar as chaves do Brasil para os Brasileiros?

      Substituir o Bolsonaro pelo Mourão equivale a substituir merda por bosta.

      Mudam as moscas mas a bosta é a mesma

    2. O seu escrito é a prova de que o Brasil acabou.
      Os responsáveis maiores pela nossa desgraça são os vermes da imprensa corporativa.
      Estes vagabundos semearam o ódio durante anos e o resultado está aí.
      Estes vermes junto com TODOS os integrantes da lava jato merecem é FUZILAMENTO ou LINCHAMENTO.
      A segunda hipótese pode se tornar real dependendo da desgraça que o coronavírus causar.

  8. Mandetta é velha raposa política. Família de políticos e ele próprio com acusações graves. Médico e mesmo pressionado pela equipe estrutural permanente do Ministério da Saúde (médicos, sanitaristas e técnicos altamente qualificados), pela opinião pública e Governadores (principalmente do Nordestes) tergiversou ora contra a quarentena, ora a favor, depois ainda ora contra e agora a favor…
    Por certo, não é uma boa escolha ou esperança…

  9. E quantos brasileiros estarão vivos para assistir o pacto? Já não é questão de política: é de vida ou morte. As “relevantes” figuras nacionais estiveram com Bolsonaro até agora. São cúmplices da mortandade que vira. Covarde, ignorante e incompetente Bolsonaro sempre foi e sempre foi tratado como um estadista pelos que agora posam de racionais. São canalhas iguais. Bonner batendo continência saudando o capitão presidente, Ciro oferecendo seus préstimos ao novo governo, Mandetta combatendo o Mais Médicos e o SUS, a ineficiência e submissão do vice presidente, o apoio das Forças Armadas que teve sua podridão exposta até no tráfico de drogas, a anuência e submissão dos tribunais de justiça representados à altura pela mediocridade de Toffoli, a confluência do Senado eLkkkk Maia junto com um covarde que só tinha como objetivo de governo massacrar os pobres e as minorias. Só agora que aguardamos a morte esses covardes oportunistas se mexem. Eles que foram humilhados pelo”inominável “ como o trata Nicolelis. Com essa gente o presente está tenebroso mas o futuro não será melhor.

  10. Superada a idade neo-pentecossaura-bolsonárica, voltamos, com Mourão, à Maçonaria e à Idade Média. Veremos agora como tratar disso e avançar pra Renascença, caso contrário, voltamos ás Cruzadas. É dureza, puta que pariu.

  11. Rolando Lero não sei se foi criação de Chico Anysio. O que sei é que o genial ator Rogério Cardoso o imortalizou. Recentemente, o personagem encorporou no “cavalo” Marcelo Adnet. O governo atual comete piadas involuntárias. A maioria de gosto duvidoso, quando não, macabras, sinistras. Não é como naquele filme “Apertem o cinto que o piloto sumiu”. No caso, o paraquedista aloprou!

  12. Nassif faz de tudo pra ignorar o Ciro. Quando Cita ele, o faz dizendo que o Ciro atacou o PT. Como se o PT não pudesse ser atacado. Nassif vem perdendo o equilíbrio.

  13. “Outro é o vice-presidente general Hamilton Mourão, que ontem soltou um tuite em defesa do regime militar de 1964, provavelmente procurando galvanizar a insatisfação militar contra Bolsonaro.”

    Isso até pode ter sido um efeito colateral de seu gesto, mas sua manifestação expressa aquilo que ele acredita, do fundo de seu coração. Aliás, a maioria dos militares acredita que em 64 havia uma guerra entre os “malvados comunistas” contra os “bonzinhos democratas”, liderados pelos EUA. E, para combater o mal, todo mal é justificável. Essa é sua fé, que foi manifestada ontem.

  14. Nassif, acredito que nesse Xadrez faltou a peça mais importante: os generais. A fala do General Villas-Boas, que é uma liderança do generalato brasileiro, significa um veto ao impeachment. Os generais estão com Bolsonaro.

    Ciro, Boulos, Haddad e Dino não pediram o impeachment, mas sim a renúncia de Bolsonaro. É claro que isso é totalmente inócuo. Por que Bolsonaro renunciaria se tem o apoio das baionetas? Conta mais como teatro do que como ação política.

    Mourão escreveu ontem em uma rede social louvores ao regime militar, inclusive dizendo que Castello Branco foi eleito (!). Esse é o grau de canalhice com o qual estamos lidando.

    A política da esquerda nesse momento é implorar para que o centrão derrube Bolsonaro. A política do centrão é não fazer absolutamente nada no sentido de derrubar Bolsonaro. E por quê? Ora, porque Bolsonaro é o exército, e o exército é Bolsonaro. ALÔ REALIDADE!!! Já estamos sob um governo dos militares. Ninguém vai derrubar Bolsonaro sem o aval do comando das Forças Armadas.

    Sinto dizer, mas estamos mais próximos aqui de 1964 do que de 1992.

    1. O Bolsobosta tem o apoio das baionetas. Resta saber se as baionetas tem o apoio dos endinheirados.

      As baionetas servem ao dinheiro, e não o contrário.

  15. Sinal de quão baixo o pais desceu e quando Rodriguinho Maia e Doria comecam a posar de estadistas, ou quando Arminio Soros Fraga se autodeclara de esquerda.
    Quanto ao Bolonaro, ele ja não lembrava de nada do que disse assim que as câmaras foram desligadas.

  16. Bolsonaro está morto. Perdeu apoio popular. Hoje, assim como em 69 temos uma junta militar governando. Do lado civil ainda sobrevivem, com óbito próximo, 03 idiotas q serão engolidos rapidamente pelo pragmatismo dos militares: Mandetta, Guedes e Mouro. Esses, estão com os dias contados. Não fosse a intervenção dos generais, as forças armadas estariam queimadas pro resto de sua existência e não teriam chance de voltar ao poder nunca mais, assim como os militares espanhóis que foram rechaçados pelo povo em 1981, depois de uma fracassada tentativa de golpe. O que eles querem com isso é continuar no poder e liderar o país nessa crise para saírem como heróis, apagando as cagadas do tenente q nunca foi capitão. Assim como em 69, não querem.o retorno do poder para os civis. As benesses do mundo civil de Brasília e a vida nababesca dos salões do poder encantam essa gente há anos. Sair das cocheiras e dos alojamentos é um alento para quem passou a vida toda a espera de uma promoção q as vezes não vinha.ou só surgia na reforma, fosse por doença ou por velhice. Vivemos em período de guerra. Eles, agora, se sentem em casa. O osso é deles e não será largado tão cedo.

  17. Mandei o primeiro comentário sobre texto,mas perdeu -se na blogosfera coronavironisada.No caso do idiota evangelizado da AGU,não conta mais.O infeliz coronavirusou-se.O que + posso dizer?Nada,a não o ser o enervante Tic Tac Tic Tac Tic Tac Tic Tac Tic Tac Tic Tac Tic Tac Tic Tac Tic Tac nervoso.

  18. FORA DE PAUTA
    Embarquei de férias rumo a Portugal no dia 23/02/2020,domingo de carnaval.Em Lisboa e adjacências permaneci por 8 dias.De automóvel, tomei como destino a bela Cidade do Porto,onde fiquei por 4 dias.Dali tomaria um avião para Madrid e,depois de alguns dias outra aeronave me levaria a Paris.Na bela Cidade do Porto,apesar dos primeiros sinais do coronavirus ou coringavirius,a situação ainda apresentava sinais de normalidade.Assisti num sábado um belo show de fado.No outro dia,um domingo chuvoso e modorrento,avaliei melhor a situação,e um frio cortante na espinhela caída tomou conta de mim.Espiritualmente e imediatamente entrei em contato com o Pai de Santo Facador de Brasília,unha e cutícula de Nassif,que ordenou-me com pendores Bolsonarista,que tomasse o caminho de volta ao Brasil o mais rápido possível.Quem sou eu para desobedecer as ordens de um Pai de Santo,apesar de não tão Santo assim.Se fosse morrer,que morresse juntos aos que lhes são caros,sinalizou o Pai.Entrei no carro,numa velocidade de 140 km,retornei a Lisboa onde cancelei a porra toda,retornando rapidamente a Terra de Vera Cruz,com renite alérgica e um quadro instalado de sinusite,quero crer,em decorrência do frio.Entrei imediatamente em quarentena,onde me encontro até hoje.Do coronavirus acho que escapei por enquanto.Do coringavirius não tenho tanta certeza.Apesar do prejuízo com o cancelamento do roteiro pré-estabelido,encareço a Nassif enviar-me o endereço do Pai Ambrósio.Vou oferecer a ele uma gratificação bem maior daquela que engabela Nassif toda vez que o encontra.

  19. Não é uma análise.
    É só torcida.
    Nassif expressa sua torcida por aquilo que está impregnado em seu DNA:
    Um pacto de centro direita legitimado por forças progressistas, às quais seria dedicado papel secundário.
    Como tentaram no pós Collor e a imbecil da Erundina engoliu.

    Colocaram o caçador de marajás, tipo Jânio, e quando cansaram dele veio o golpe da Veja.

    O capitalismo chegou ao fim, Nassif.
    Não há mais como administrar a desigualdade que ele gera.

    Acorda amigo.

  20. “Para a fase de transição, no momento há dois personagens centrais.

    Um deles é Rodrigo Maia, presidente da Câmara, que assumiu um papel de excepcional maturidade para enfrentar as loucuras de Bolsonaro. Outro é o vice-presidente general Hamilton Mourão, que ontem soltou um tuite em defesa do regime militar de 1964, provavelmente procurando galvanizar a insatisfação militar contra Bolsonaro.”

    ESTAMOS MESMO FODIDOS.

    Como uns estúpidos deste naipe vão coordenar alguma coisa?
    O coronavírus pode ser o fim do Brasil.

  21. Serviço de Inteligência Governo e das Forças Armadas

    Ainda resta a questão do desempenho dos órgãos de informações do governo, como a Abin e o GSI, além dos serviços de informações das forças armadas.
    Na atual questão quando novo coronavírus ainda estava restrito ao Território chinês, já era possível fazer avaliações do risco de segurança para o pais,

    Apesar de ser um assunto técnico, bastava uma equipe de infectologista, virologistas e matemáticos para traçar os possíveis cenários, o que deve ter sido feito, e apresentado aos superiores que repassaram aos governos.

    A partir alguns cenários, e o pouco se sabia sobre o novo coronavírus, vieram as decisões, nos EUA a eleições e expectativa de uma provável sazonalidade, e o verão poderia deter a propagação devem ter sido os responsáveis pelo comportamento das autoridades.

    Na Europa e no Brasil parece as primeiras avaliações de o principal grupo de risco seriam pessoas com idade acima de 65 anos e/ou com doenças graves, muitas das quais as leis permitem aposentadoria por invalidez, levaram alguns governantes a caminhar na na perversa direção de realizar uma redução no número de beneficiário do sistema de aposentadoria, desprezando o enorme possibilidade de saturação do sistema de saúde, que afetaria toda a população.

    Assim que a China detectou a presença significativa de assintomáticos, e que a propagaçao do vírus se iniciava ainda durante o perpiodo de incubação e antes dos sinais dos primeiros sintomas, como febre ou tosse, mudando complemente os cálculos iniciais de propaçaõ do novo coronavírus, alguns governo iniciaram um processo de revisão no enfretamento do novo coronavírus;

    Ainda que os impactos do novo coronavírus na Coréia do Sul e no Japão abriram possibilidade de a situação seria controlável, iludindo boa parte dos governantes, go governos demoram muito para revisar seus palnejamentos iniciais

    Mesmo o caso do Brasil precisa ser melhor explicado, mesmo considerando as falhas inicias do orgãos de informação como Abim e GSI, certamente eles corrigiram suas projeções de acordo com a dinãmica da situação.

    Esta ainda é uma questão sanitária, apesar do pouco que se sabe do novo coronavírus, o restante do processo que envovlve a propagação de vírus é amplamente conhecida.
    A china forneu ampla informação dos remédios que estavam sendo testados, da ampla necessidade de UTI e respiradores artificiais, e principalmente da velocidade de propagação do novocoronavírus.

    Os dados da propagação na região do Norte e Nordeste do Brasil, são indicativos de o calor não vai deter a propagação do novo coronavírus, talvez este seja o principal fator para a revisão da posição adotada pelas autoridades dos EUA.

    Houve falha generalizada no sitema de informações dos governos, mas isto não explica a relutância de alguns governos em iniciar um cabate efetivo a propagação do novo coronavírus, e algo perverso ainda será revelado

  22. Compra de equipamentos e suprimentos Hospitalares

    Ontem saiu a notícia do envio de 23 aviões cargueiro pelos EUA em direção a China para busca equipamentos e suprimentos hospitalares.

    Isto é um tipo de coisa que leva um certo de tempo para negociar, nosso serviços de inteligência também falharam neste caso, ou foram ignorados pelas autoridades federais,

  23. Caro Nassif, toda vez que você fala em pacto eu tento dialogar. Até hoje não consegui. Fiz uma tese de doutorado sobre os pactos de Moncloa, que você cita sempre. Tendo a acreditar que não é como aquele professor citado por vc afirmou.

    Para encurtar conversa, te digo que, Pacto só se faz entre forças supostamente equivalente. Se quiser conversar, use meu mail.

  24. Bozo morrerá sem mudar, pois sabe que ser uma aberração (®The NYTimes) é a única forma de chamar a atenção. Sabe de sua mediocridade.
    Para o pós-Bozo (ejetado, como nas FFAA ou como rainha da Inglaterra), algumas coisas precisam ser feitas já:
    1) ISOLAR TODOS os gastos de corona-vírus em um “novo e SEPARADO orçamento”, pois haverá, infelizmente, “festa no apê”, tanto em meteção de mão quanto em “bons negócios”. Fora a eventual impressão e a emissão de títulos “a la carte”.
    2) Esclarecer fortemente, desde já, que haverá inevitáveis danos a economia, como em todo o mundo, e isto SERÁ EXPLORADO por Bozo, sua familia Buscapé e sua tchurma terraplanista, embora não estarão dizendo nada além do que já se sabe e espera.
    3) O PT parece representar entre 25% e 35% do eleitorado. Juntando os eleitores do restante de centro-esquerda, os 45% conseguidos por Haddad podem retornar aos cerca de 55% que elegeram Lula e Dilma.
    4) Embora goste do Haddad, seu carisma eleitoral, depois de ser derrotado por Dória na reeleição (e não foi por governo ruim ou por Dória bom), pode ser que o PT ajude mais com coadjuvante forte do que como protagonista, pois o anti-petismo ainda não recrudesceu, pelo menos o suficiente. Nem com Lula…
    5) Ciro precisa impedir que seu temperamento afete o seu desempenho politico, principalmente o eleitoral. Pelo publicado recentemente, Lula acenou com uma conversa. Desprezar 25 a 35% do eleitorado é uma bobagem emocional e a sabedoria política de Lula pode conduzí-lo a ser base e não topo (Vide Christina na Argentina. Ganhar eleição e cumprir mandato não são necessariamente a mesma coisa.
    6) Mourão não será uma opção diferente em “ideologia” politica, mas talvez seja o que nos reste até 2022. Nem adianta falar muito, será mais do mesmo, apenas sem as bizarrices diuturnas do seu eventual predecessor. Mas pelos menos prestaremos mais atenção a coisas mais relevantes, embora também ruins.
    7) Cada vez mais há a percepção de que este país só alçará um vôo glorioso e definitivo se conseguirmos nos livrar do controle externo, que nos mantém contaminados com o vírus de uma elite de capatazes e corretores a serviço. Não é possível que a destruição e exploração deste país venha de uma consciência interna. Simplesmente não tem lógica.
    E é esta a descontaminação e cura que precisa e poderá nos tirar deste ‘leito esplêndido”.

  25. Não é o fim do começo ou o começo do fim, existe uma lógica: a do caos
    Bozo e seus “bozinhos” + bolsominions apostam na evolução do caos, não o da epidemia, mas o do social, até é visivel esta aposta nas medidas economicas do PJegues, atrasa-las ao maximo (preferencialmente não paga-las aos mais necessitados), como isto fomentando mais crise.
    Bozo , seus asseclas e claque não se espelham em Trump, sequer em Bibi, mas em V. Orbán, pois conduzir o País a um caos social violento, de fome, miséria, falencia do sistema de saude, saques e/ou corpos pelas ruas, a decretação de um estado de sitio com elevação de plenos poderes ao executivo será uma solução ótima para a “tchurma” extremista.
    Eles não estão se movimentando aleatoriamente ou sem causa, existe uma lógica, um direcionamento, afinal a chance foi apresentada “de gratis”

  26. Claro que a opinião do jornalista é respeitável. O acompanho já há algum tempo. Entretanto, nesse particular da política nacional, mais particularmente após 2016, trata tudo como se em agosto daquele ano não tenha ocorrido uma rutura de nosso sistema constitucional, embora os golpistas tenha optado por deixar tudo mais funcionando, já que muitos dos golpistas estavam e estão incrustados no aparelho de estado. As legislações e tudo mais considerado pelo comando do golpe, foram acontecendo desde o primeiro governo, Michel Temer, levado ao poder, dando um cavalo de pau na economia, com um plano econômico neoliberal de interesse do mercado, vale de dizer em desfavor dos trabalhadores e benefícios para os ricos empresários e dos EUA, que saiu da sombra e passou a ser grande aliado dos golpistas, especialmente este que diz já ser um tigre desdentado, que não pode mexer com um ministro que discorda de sua orientação, sem dizer onde está o poder que torna tão frágil um presidente impedindo seus atos. Outra coisa, o de sempre, acredito mais por ser o que mais comumente acontece no Brasil, que é se chegar a um pacto entre as forças políticas dominantes. De novo, ter dúvidas se será um pacto amplo (não está dito exatamente o que seja), ou pacto miúdo (idem). Ao que parece, não considera a possibilidade de rutura mais forte da constitucionalidade, a direita e a extrema direita voltando a se unir sob o Guarda Chuva das Forças Armadas, e partindo para impor à força um programa (o que vinha não dá mais, ficou na saudade); ou a volta da constitucionalidade com os profissionais preparados para superar o neoliberalismo, sem abrir mão do competente pessoal da área médica, até o Mandetta que é também um golpista no poder, peitando o chefe.

  27. … As explicações de Guedes escancararam a rotunda incompetência da área econômica em administrar a crise. Ainda não definiram uma fórmula minimamente eficiente para estimular a oferta de crédito dos bancos…”, quem já viu um mínimo de Brasil, sabe quem, para além da incompetência, tem é a má vontade de dar o dinheiro.

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