Sei que a vida não tem preço, mas a economia tem que voltar à normalidade", disse o presidente
No seu primeiro pronunciamento após demitir Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a volta ao trabalho e, com isso, o afrouxamento do isolamento social. A justificativa é a mesma que acionada em falas anteriores: a economia, a geração de empregos, a impossibilidade de o governo arcar com o auxílio emergencial.
“O governo não tem como manter este auxílio emergencial ou outras ações por muito tempo. Já se gastou aproximadamente R$ 600 bilhões e podemos chegar a R$ 1 trilhão. Sei que a vida não tem preço, mas a economia, o emprego, tem que voltar à normalidade”, disse o presidente.
Dados da Instituição Fiscal Independente do Senado aponta que o auxílio emergencial de R$ 600 pagos por três meses a trabalhadores informais implicará gasto de R$ 59,8 bilhões no referido período. De acordo com a Veja, o Ministério da Economia afirmou que o impacto do benefício é de R$ 10 bilhões.
Bolsonaro, sem citar a Câmara dos Deputados, o Senado Federal ou o Supremo Tribunal Federal, afirmou que é de todos a responsabilidade do impacto econômico da crise sanitária. Governadores e prefeitos também estão inclusos no discurso.
“O governo não é uma fonte de socorro eterna. Em nenhum momento fui consultado por medidas adotadas por grande parte de governadores e prefeitos. Eles sabiam o que estavam fazendo. O preço vai ser alto. Tinham que fazer alguma coisa, mas, se porventura exageraram, não bote mais essa conta, não no governo federal, nas costas do nosso sofrido povo brasileiro”, comentou.