Por Luiz Guilherme Gerbelli, G1


Para o governo, umas das consequências mais perversas do atual quadro de baixo crescimento é que o ajuste fiscal está mais difícil porque as receitas não estão reagindo. Esse cenário tem se desenhado porque há uma relação basante forte entre o desempenho da atividade econômica e da arrecadação. 

Em 2010, por exemplo, quando o PIB cresceu 7,5%, as receitas líquidas avançaram 9,4%. Já em 2015, no auge da recessão, elas caíram 6,40%. Neste ano, com um desempenho econômico fraco, a receita líquida cresceu 0,8% no acumulado em 12 meses até março

"A receita caiu muito e ela não melhora, o que quer dizer que a economia não está reagindo", diz o diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente, Felipe Salto.

Sem crescimento, sem receita — Foto: Roberta Jaworski/Arte G1

Nos próximos meses, dificilmente o governo vai ver um aumento da receita diante da expectativa de que o Brasil siga com um quadro de baixo crescimento. O Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), avalia que a economia brasileira deve avançar 0,5% no segundo trimestre na comparação com os primeiros três meses do ano.

Para o ano como um todo, as previsões de bancos e consultorias estimam uma alta do PIB próxima de 1% em 2019. No início do ano, as projeções mais otimistas apontam um crescimento de até 3%.

Se a expectativa para 2019 se confirmar, será um resultado bastante parecido com o que foi colhido nos últimos dois anos, quando a economia brasileira cresceu apenas 1,1%.

"Se houver uma nova rodada de mau humor na economia, a preocupação deixa de ser só com o PIB deste ano, mas já começa a afetar o resultado de 2020", afirma a pesquisadora sênior da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV, Silvia Matos.

Por ora, os analistas estimam que a economia brasileira deve crescer cerca de 2,50% no ano que vem.

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