O Brasil vive tragédia fiscal cujos impactos na vida dos cidadãos já estão sendo sentidos em Estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, e no Distrito Federal, onde os funcionários públicos estão recebendo os salários com atraso e vários serviços públicos estão funcionando precariamente. No caso da União, isso não ocorreu ainda porque o governo tem a possibilidade - vedada aos outros entes da federação - de levantar dinheiro no mercado e usá-lo para pagar as despesas, mas todos sabemos que não é possível aumentar a dívida indefinidamente. Em algum momento, os credores (cidadãos comuns com conta em banco, banqueiros, investidores, estrangeiros etc) duvidarão da capacidade da União de continuar pagando a dívida e, por isso, passarão a cobrar do Tesouro juros cada vez mais altos para comprar os títulos. Os capítulos seguintes serão o calote e o caos.
Reforma da previdência ajuda, mas não salva o país
Por Cristiano Romero — Valor