Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Com alívio no exterior, com recuo dos EUA nas tarifas de importação do México, o mercado deverá monitorar desdobramentos da política local 

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou a sessão da última sexta-feira com alta de 0,63%, enquanto na semana acumulou valorização de 0,82%, diante da vitória do governo com a aprovação da Medida Provisória 871, que trata das fraudes na Previdência, e também com julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) favorável à Petrobras.

Hoje, os mercado internacionais operam em alta com o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira à noite em sua conta no Twitter de que foi fechado um acordo com o México. Dessa forma, o aumento das alíquotas sobre produtos mexicanos que passaria a vigorar hoje não ocorrerá.

Enquanto o cenário externo é benéfico, o mercado deverá acompanhar hoje o desenrolar da publicação, pelo site The Intercept, de que o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro teria trocado mensagens com procuradores da operação Lava Jato, pelo aplicativo Telegram, com orientações sobre a atuação das investigações.

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Além disso, a pauta no Legislativo seguirá sob os holofotes dos investidores. Amanhã, o Congresso Nacional tem sessão marcada, às 14 horas, para o projeto de crédito suplementar que autoriza o Executivo a descumprir a chamada “regra de ouro” e pagar, com recursos emprestados, despesas correntes de R$ 248,9 bilhões (PLN 4/19).

Já o relatório da reforma da Previdência deverá ter seu parecer pronto na próxima quinta-feira (13). Inicialmente, a expectativa era de que o documento pudesse ser apresentado na terça-feira.

1. Bolsas Internacionais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em seu Twitter que a imposição de tarifas ao México, suspensa por acordo entre as duas nações, pode ser retomada, caso não haja uma cooperação do país vizinho para resolver o que o governo americano chama de “crise de imigração ilegal”. Contudo, o chefe da Casa Branca diz não acreditar que tal medida será necessária, apesar de considerá-la “muito lucrativa”.

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O acordo entre Washington e México, anunciado na sexta-feira (7), evitou que os EUA impusessem tarifas de 5% a todos os produtos mexicanos a partir de hoje. O plano de Trump era elevar as tarifas gradualmente nos próximos meses, até o patamar de 25%.

Além disso, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, que negocia o acordo com os chineses, disse à CNBC ontem que Trump vai decidir se vai implementar mais tarifas sobre a China depois de se encontrar com o presidente chinês, XI Jinping, em junho.

Ainda no exterior, as bolsas asiáticas fecharam em alta impulsionadas pelos dados oficiais do comércio chinês de maio, que mostraram que as exportações do país superaram as previsões e as importações ficaram aquém das expectativas, deixando-o com um superávit comercial total de US $ 41,65 bilhões para o mês.

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As exportações de maio na China aumentaram 1,1% em relação ao ano anterior, enquanto as importações caíram 8,5%. Em paralelo, o yuan atingiu seu ponto mais baixo em 2019, cotado a 6,9334 ante o dólar.

Na Europa, as bolsas também operam em alta, por conta das melhores perspectivas quanto às negociações comerciais envolvendo os norte-americanos com os chineses e os mexicanos.

Entre os indicadores, a produção industrial do Reino Unido sofreu queda de 2,7% em abril ante março, segundo dados publicados hoje pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) do País. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam recuo bem menor na produção, de 1%.

Entre as commodities, os preços do petróleo operavam sem sinais distintos, ainda refletindo as tensões comerciais entre os EUA e a China, mas a oferta apertada de petróleo e o rápido fim de uma disputa comercial entre o México e os Estados Unidos ofereceram apoio. Os preços do minério de ferro sobem, com a retomada do mercado, após o feriado chinês na última sexta-feira.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 07:33 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,32%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,35%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,36%
*DAX (Alemanha), (fechado por feriado)
*FTSE (Reino Unido), +0,44%
*CAC-40 (França), +0,24%
*FTSE MIB (Itália), +0,09%
*Hang Seng (Hong Kong), +2,27% (fechado)
*Xangai (China), +0,86% (fechado)
*Nikkei (Japão), +1,20% (fechado)
*Petróleo WTI, +0,20%, a US$ 54,10 o barril
*Petróleo Brent, -0,08%, a US$ 63,23 o barril
*Bitcoin, US$ 7.743,88, -2,22%
R$ 30.462, -2,68% (nas últimas 24 horas)
*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian sobem 3,18%, a 729,50 iuanes (nas últimas 24 horas).

2. Agenda Econômica

No Brasil, às 8h, a FGV divulga o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) e à tarde o MDIC apresenta os dados da balança comercial semanal. Os investidores devem manter atenção aos dados do Boletim Focus, do Banco Central, que sai às 8h25, quando novas projeções, sobretudo do PIB, podem trazer novas revisões.

No final da semana passada, o Bradesco reduziu novamente sua projeção para o crescimento do PIB de 2019, de 1,1% para 0,8%. Para 2020, a previsão foi mantida em 2,2%. “A confirmação de queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre e os recentes indicadores de atividade sugerem uma transição ainda moderada para o segundo trimestre”, diz o banco.

Nos Estados Unidos, às 11h, o Conference Board publica o índice de tendência de emprego de maio e o departamento de trabalho divulga o relatório sobre empregos Jolts de abril.

3. Previdência e Bolsonaro

O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), afirmou ontem que irá apresentar seu parecer na próxima quinta-feira, dia 13, para ter tempo de discutir os termos da proposta com governadores e líderes partidários. Inicialmente, a expectativa era de que o documento pudesse ser apresentado na terça-feira, 11.

O deputado se reuniu na noite deste domingo com lideranças de nove partidos, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. No encontro, os parlamentares discutiram pontos do texto que ainda não têm apoio efetivo no Congresso, como o regime de capitalização e as regras de transição para quem está próximo de se aposentar.

Moreira pretende se reunir com os governadores na próxima terça-feira para discutir a permanência de Estados e municípios no texto da reforma. A maioria dos mandatários é favorável à manutenção, mas alguns deputados temem que, ao votarem favoravelmente à proposta, podem se desgastar com suas bases eleitorais.

O deputado afirmou ainda que o adiamento na apresentação do relatório não deve impactar no calendário estabelecido inicialmente para a votação da reforma na comissão especial, que deve acontecer até 15 de junho, e no plenário da Câmara até o recesso de julho. “O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está confiante na formação de uma maioria”, disse.

Em entrevista conjunta ao jornal Folha de S.Paulo, Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) se posicionaram contra o decreto que flexibiliza o porte de armas, criticaram as propostas que alteram as leis de trânsito, se manifestaram contrariamente à política ambiental de Bolsonaro e disseram que o projeto anticrime do ministro Sérgio Moro não é prioritário.

Maia e Alcolumbre afirmaram ainda que Bolsonaro terá “de nos aturar por dois anos e vice-versa”. Os parlamentares acrescentaram ainda desconhecer qualquer pauta importante do governo superar a crise econômica, além da reforma da Previdência – que apoiam com entusiasmo –, e avaliam que, mesmo sem ter uma base sólida, o governo não caí; mas terá problemas para aprovar a agenda que propõe ao País.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar ontem que se o Congresso não aprovar o Projeto de Lei nº 4 (PLN 4), que prevê a concessão de um crédito suplementar para o governo no valor de R$ 248,9 bilhões, não haverá dinheiro para o pagamento de benefícios para aposentadorias, Bolsa Família, Pronaf e Plano Safra.

“Se não aprovar teremos problema. Não é que eu não queira pagar ninguém, não vai ter dinheiro”, afirmou. Questionado sobre se o recurso destinado ao pagamento dos benefícios já não estava previsto no Orçamento, o presidente respondeu: “Está, mas a receita está bem abaixo do previsto”.

O jornal O Globo destaca ainda a PEC, que deve ser aprovada essa semana, alterando os prazos para tramitação das Medidas Provisórias (MPs) no Congresso exigirá mais capacidade de articulação do governo. Levantamento da publicação informa que apenas 12 das 206 MPs editadas desde 2015 pelo Planalto teriam sido aprovadas dentro do novo cronograma.

4. Moro e Lava Jato

O site The Intercept publicou ontem trechos de mensagens atribuídas a procuradores da Lava Jato e ao ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro. Segundo o site, procuradores, entre eles Deltan Dallagnol, trocaram mensagens pelo aplicativo Telegram com Moro sobre assuntos investigados pela operação. Na semana passada, Moro relatou que teve conversas de seu celular hackeadas ilegalmente.

De acordo com o Estadão, a Polícia Federal investiga há cerca de um mês ataques aos celulares de Moro e de procuradores que atuam nas forças tarefas da Lava Jato em Curitiba, Rio e em São Paulo. Nas conversas, supostamente, Moro teria combinado orientações para a atuação das investigações da Lava Jato.

Segundo o The Intercept, há conversas escritas e gravadas com Moro sugerindo mudanças da ordem de fases da Lava Jato, além de aconselhar, fornecer pistas e antecipar uma decisão a Dallagnol. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, disse que esse tipo de comunicação só deve ocorrer nos processos, com a devida publicidade, afirmou ao Estadão.

A força tarefa da Lava Jato afirmou, em nota, “não saber exatamente ainda a extensão da invasão”, mas que possivelmente foram copiados “documentos e dado sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e de segurança” dos integrantes do grupo e de suas famílias.

5. Noticiário corporativo

No noticiário corporativo, destaque para a Petrobras entrou com três ações no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) deu andamento a ações que deveriam estar travadas por ordem do STF, envolvendo o método de cálculo para benefícios previstos em acordo coletivo firmado em 2007.

Em junho do ano passado, a Petrobras foi derrotada na maior ação trabalhista da história da companhia, quando o TST concordou com trabalhadores que pediam novo método de cálculo para benefícios previstos no acordo de 2007. À época, se estimou que a mudança pode causar impacto de R$ 15 bilhões pelos pagamentos passados e ainda adicionaria R$ 2 bilhões anuais na folha de pagamento da Petrobras.

A Vale reiterou, em comunicado, a provisão de US$ 1,855 bilhão destinada ao processo de desativação das barragens a montante, que utilizam a mesma tecnologia da barragem de Brumadinho (MG). Em maio, ao publicar o balanço referente ao primeiro trimestre deste ano, a Vale explicou que o plano de acelerar a desativação das barragens a montante, comunicado às autoridades no fim de janeiro, resultou em provisão de R$ 7,137 bilhões.

A companhia área Avianca pode ter seu fim sacramentado hoje, quando está prevista sessão de julgamento do Tribunal de Justiça, diz a Coluna do Broadcast. A expectativa é de que a corte dê um veredicto sobre a realização do leilão dos slots (autorizações de pouso e decolagem) da empresa, que está em recuperação judicial desde dezembro de 2018.

(com Agência Estado)

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