BRASÍLIA - A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado, estima que a reforma da Previdência vai gerar uma economia de R$ 630 bilhões aos cofres públicos em dez anos. A cifra é inferior à projeção do governo, que calcula que as mudanças nas regras das aposentadorias resultem numa economia de R$ 800 bilhões nesse período.
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O número projetado pela IFI é cerca de metade do previsto pelo governo no início do ano, quando enviou a PEC da Previdência ao Congresso. À época, o corte de despesas era estimado em R$1,2 trilhão pela equipe econômica. Na Câmara e no Senado, porém, a proposta inicial foi desidratada em R$400 bilhões.
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O desalinho entre as projeções do governo e da IFI decorre, principalmente, do impacto das novas regras no regime de aposentadorias do funcionalismo público federal. Para o governo, o texto aprovado pelos parlamentares viabiliza uma economia de R$ 137 bilhões em dez anos nessa categoria. Já o IFI calcula um impacto fiscal de R$ 84,6 bilhões para esse segmento, cerca de 60% do previsto pela equipe do ministro Paulo Guedes.
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A discrepância também é percebida na interpretação da economia que pode vir do regime geral da Previdência, ou seja, dos trabalhadores da iniciativa privada. Enquanto o governo espera cortar R$650 bilhões, a IFI projeta uma economia menor, de R$523 bilhões.
O órgão do Senado aponta ainda que há divergências relevantes entre os modelos que foram utilizados pelo governo e pelo próprio órgão para estimar o impacto das regras de transição da reforma (para quem ainda está trabalhando). Há diferenças também na base de dados utilizada por um e outro.
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Ainda assim, o IFI afirma, em nota técnica, que a proposta aprovada pelo Senado nesta semana é capaz de “de conter o crescimento do gasto previdenciário e ajudar a estabilizar a situação fiscal do país”.