O Brasil recebeu sinal verde para entrar no clube dos ricos no momento em que se prepara para tornar metade dos brasileiros que trabalham mais pobres. Não se trata do Benefício de Prestação Continuada, cuja mudança tem sido rechaçada em prosa e verso por condenar miseráveis à inanição. A redução no BPC, proposta na reforma da Previdência, atingirá menos da metade dos 4,8 milhões de beneficiários, visto que 56% deles são portadores de deficiência e, por pressão do ministro Osmar Terra (Cidadania), acabaram excluídos do corte. Já o fim do abono salarial abrange 23 milhões de trabalhadores, o que equivale à metade da força de trabalho formal. Só uma parcela de menos de 10% dos trabalhadores, que ganham um salário-mínimo, continuará a fazer jus ao benefício.
Um brasileiro mais pobre no clube dos ricos
Por Maria Cristina Fernandes — Valor