O Instituo Fiscal Independente, dirigido pelo economista Felipe Salto, divulgou novas projeções para o déficit fiscal deste ano e de 2018. Elas dão uma ideia do desafio e da dificuldade do governo de definir os seus próprios números.

O instituto já previa déficit de R$ 144,1 bilhões este ano, acima da meta de R$ 139 bilhões. Depois de passar um pente fino nos números de receitas e despesas, o Instituto agora projeta R$ 156,2 bilhões.

Para o ano que vem, a piora também é expressiva. Se a meta do governo é de um rombo de R$ 129 bilhões (que será elevada), o instituto previa déficit de R$ 166,2 bilhões e, agora, prevê déficit de R$ 183,8 bilhões. Mas, supondo que o governo fará um contingenciamento de R$ 30,5 bilhões, o rombo ficaria em R$ 153,3 bilhões em 2018.

A piora, segundo Felipe Salto, se deve a projeções mais negativas em relação à receita e às despesas. Ele afirma que o governo está cortando gastos, especialmente investimentos, que cairam quase 40% este ano.

Mas as chamadas despesas obrigatórias, aquelas que o governo é obrigado a realizar por força legal, continuam crescendo. Para ele, não há como reverter essa trajetória se o governo não mexer nas duas maiores despesas: a Previdência e os gastos com o funcionalismo.