Brasil
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Fábio Pupo, Valor — Brasília


O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, afirmou hoje que a ausência de reformas para reequilibrar as contas públicas fará com que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país fique abaixo do potencial nos próximos anos.

Colnago apresentou três cenários com diferentes projeções para as contas públicas. No primeiro, que considera a manutenção do teto de gastos, mas sem reformas estruturantes, o país conviveria com 12 anos de déficit primário – com superávit apenas em 2025 – e a trajetória de dívida bruta continuaria crescendo até 96,2% em 2031. Nesse caso, o PIB do país ficaria em média em 1,3% ao ano a partir de 2021 até 2031.

Em um segundo cenário, que considera o teto de gastos e algumas reformas estruturantes para o equilíbrio fiscal de longo prazo, o resultado primário do governo central apresentaria superávit em 2023 e o endividamento alcançaria 73,6% em 2031. Nesse cenário, o PIB teria um crescimento médio de 2,3% ao ano.

Em um terceiro cenário, mais otimista - com teto de gastos, reformas que promovem o ajuste fiscal e mudanças microeconômicas que elevam potencial de crescimento -, o resultado primário alcançaria um superávit em 2021 e o endividamento ficaria limitado a 34% em 2031. Nesse cenário, o crescimento do PIB no período poderia alcançar 3,86%, em média, ao ano.

Os dados foram apresentados hoje em evento de lançamento de consulta pública sobre a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Endes) para os próximos 12 anos. Trata-se de um documento com planos do governo tendo como diretrizes principais o aumento do PIB per capita e do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no país.

De acordo com Colnago, o documento começou a ser elaborado após recomendação feita pelo Comitê Interministerial de Governança (CIG), formado pelos ministérios da Casa Civil, da Fazenda, do Planejamento e da Transparência.

Colnago afirmou que, para um crescimento de longo prazo, o pais precisa de um ambiente macroeconômico “estável” e que, para isso, é necessário buscar o equilíbrio das contas públicas. “Não há como pensar numa estratégia ao longo dos próximos anos sem a correção de desequilíbrios para as contas públicas”, disse.

Micro reformas

Colnago reconheceu que o ano é de “dificuldades” para aprovação de medidas de interesse do governo devido ao ambiente eleitoral. Mesmo assim, disse que conta com a aprovação de reformas ainda neste ano.

“Temos dificuldades. É um ano natural de dificuldades, de eleição, mas eu conto com a aprovação de várias reformas microeconômicas ainda neste ano”, disse. Como exemplo, ele citou medidas como o cadastro positivo, a duplicata eletrônica e a lei de licitações.

Colnago disse ainda que o espaço para fazer mais cortes no Orçamento é atualmente muito restrito e que precisa se inteirar sobre decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) que determinariam compensações orçamentárias após a derrubada de vetos a programas de refinanciamento de dívida (Refis). “Preciso saber o que o TCU está pedindo. Não sei o que se pode fazer. Meu espaço fiscal é muito limitado. Para eu atender alguma coisa, vou ter que deixar de atender outras. Preciso entender o que o TCU está determinando ou orientando para ver se há espaço para negociar. O espaço [para cortar] está muito restrito”, disse.

Segundo ele, não se pode desrespeitar uma lei para criar outra. “A gente pode cair numa situação parecida com o Funrural, em que foi derrubado um veto do presidente, o valor das obrigações ultrapassaram R$ 17 bilhões e não temos espaço no Orçamento. Não posso implementar uma lei se a própria Lei de Responsabilidade Fiscal me proíbe de implementar. Não posso implementar uma lei e ao mesmo tempo descumprir outra”, disse.

Colnago disse ainda desconhecer os cálculos do Instituto Fiscal Independente (IFI), do Congresso, que apontariam um gasto com o subsídio ao diesel maior que o calculado pelo governo. “Não sei qual o cálculo do IFI. Nós fizemos nossos cálculos, que eram R$ 9,5 bilhões de subvenção à Petrobras e mais R$ 4 bilhões de tributos que foram compensados. Só vendo os cálculos da IFI para saber quais estão corretos, os nossos ou os deles”, disse.

Falando sobre a medida que reincorpora antigos servidores de territórios já extintos aos quadros da União – consequência de uma medida de autoria do senador Romero Jucá (MDB-RR) -, Colnago disse que a medida terá restrição orçamentária. Em dezembro, o Valor adiantou que o custo com a medida poderia ultrapassar R$ 2 bilhões ao ano. “Neste ano, a dotação que existe para a mudança dos servidores de ex-territórios está limitado a R$ 500 milhões. No próximo Orçamento, vai existir uma dotação especifica para isso também”, disse.

O ministro comentou também o movimento de governadores que estariam insatisfeitos com o recebimento de fundos no processo de Desvinculação de Recursos da União (DRU). “A gente precisa avaliar qual a ação, qual a amplitude dela e ver qual o impacto dela. Temos diálogo aberto com governadores e prefeitos e estamos abertos a continuar discutindo, mas é preciso saber detalhe disso”, disse.

Mais recente Próxima Consumo de combustíveis cresce em abril, diz ANP

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Num dia de agenda econômica global esvaziada, o noticiário local tende a movimentar mais os mercados domésticos nesta terça-feira

Dólar e juros futuros sobem  e Ibovespa cai em meio à piora das expectativas para Selic

Além do Brasil, Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Hungria, Polônia, Portugal, Romênia, Reino Unido, Sérvia e Tailândia são signatários

Lula assina carta pela libertação de reféns do Hamas

"Eu acho que vai ter acompanhamento internacional e, se o Brasil for convidado, participará do acompanhamento dessas eleições", afirma o petista

Lula diz que América Latina deve crescer em bloco, e que país estará atento às eleições na Venezuela

Apesar disso, o governo pretende lançar alguma iniciativa para estimular o setor

Meta fiscal deixa bicicleta de fora de programa de descarbonização da mobilidade

Universidades federais estão em greve já faz aproximadamente uma semana, o governo já havia apresentado uma proposta de reajuste salarial e de benefícios, mas que foi rejeitada pelos servidores

Ninguém vai ser punido por fazer greve nesse país

Presidente afirma que houve um retrocesso na América do Sul: “A pauta de costumes ganhou contornos retrógrados, e o Brasil virou um polo de resistência contra isso tudo”

Lula quer reunir presidentes democratas para enfrentar extrema-direita

Sinais de um retorno mais vigoroso da atividade naval vêm sendo emitidos desde o ano passado pelo governo

Anúncio da Petrobras sobre contratação de barcos traz conteúdo local de volta ao debate

Presidente da República diz que ainda precisa decidir o momento em que vai indicar novo titular do BC

'Quem conviveu com Campos Neto por 1 ano e 4 meses não tem problema mais 6 meses', diz Lula

A resposta a essa questão é importante não apenas para apontar o dedo para os responsáveis, mas principalmente para saber o tamanho da resposta que será necessária na política de juros para colocar a inflação na meta

Análise: De quem é a culpa da alta da expectativa de inflação do Focus?

Iniciativa envolve, inicialmente, investimentos de R$ 2 milhões. Gestora de projetos de conservação florestal e geração de créditos de carbono Samauma, do grupo FRAM, será responsável por gerenciar a parceria

FRAM Capital e Unicef se unem para levar vão água, saneamento e preservação ambiental ao Acre