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Com promessa de ajuste, governo eleva gastos em 2016

Instituição Fiscal Independente alerta que, se não houver um corte de despesas de R$ 38,9 bi, haverá nova expansão este ano

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Por Adriana Fernandes
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BRASÍLIA - Apesar do ajuste fiscal prometido pelo presidente Michel Temer, o governo colocou o pé no acelerador do gasto e promoveu uma expansão de gastos em 2016. Cálculos apresentados nesta segunda-feira, 6, pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal apontaram um impulso fiscal de 1,8 ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado. Em relatório, a IFI alertou que, se não houver um corte de R$ 38,9 bilhões nas despesas do Orçamento da União, haverá uma nova expansão fiscal em 2017. Dessa vez, de 0,6 ponto porcentual do PIB.

Instituição divulgará termômetro do gasto público até o fim do ano Foto: Marcos Santos|USP Imagens

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“Em 2016, não houve ajuste fiscal. Pelo contrário, houve uma baita expansão fiscal”, disse o diretor executivo da IFI, Felipe Salto, que disse que a instituição divulgará uma espécie de “termômetro” de acompanhamento mensal do contingenciamento até o fim do ano.

Para Salto, a economia brasileira ainda está em trajetória incipiente. Por isso, a IFI mantém previsão de 0,46% de alta do PIB em 2017. “É arriscado manter projeção de crescimento de 1% no Orçamento”, alertou. Essa é a projeção oficial do Ministério da Fazenda. Para ele, não será trivial sair da recessão profunda pela qual passou a economia brasileira.

Pela segunda vez, o relatório da IFI foi rebatido pelo Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida. Para ele, essa avaliação passa uma ideia errada, ao não considerar que a expansão dos gastos já estava contratada e não foi decorrente de uma ação do governo Michel Temer. “Qualquer um que estivesse na cadeira (de presidente) em 2016 herdaria um crescimento muito forte de gastos”, disse Mansueto.

Segundo ele, R$ 86 bilhões de aumento das despesas em 2016 foram decorrentes de gastos com INSS, abono salarial e benefícios assistenciais. “Qualquer governo teria esse aumento na veia”, afirmou.

Mansueto ressaltou que esse aumento de despesas e outros gastos atrasados, como o pagamento de tarifas bancárias, Minha Casa Minha Vida e compromissos com organismos internacionais, foram herdados. E disse que esses gastos são maiores do que todo o aumento de despesas previsto na Lei Orçamentária deste ano. / A.F.