Se a cultura machista é renitente e se manifesta até de maneira perversa, aproveitando-se de tecnologias digitais, posicionamentos de vanguarda por parte de uma parcela dos homens permitem antever um quadro de maior igualdade nas relações entre os gêneros. Várias campanhas têm obtido sucesso, como a Homem de Verdade não Bate em Mulher, patrocinada pelo Banco Mundial, para a qual deram depoimentos celebridades como o ator Cauã Reymond.
A campanha Homens Unidos pelo Fim da Violência contra as Mulheres foi lançada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) em 2011, como resposta do governo brasileiro à convocação da Organização das Nações Unidas (ONU), que, pela primeira vez, buscou protagonismo dos homens na luta contra a violência de gênero. Apesar do apoio entusiástico recebido pela maioria dos internautas, a página da campanha na web recebeu comentários como o de “Alex”, que em 2012 criticou o foco do projeto: “Os homens também sofrem com a violência psicológica e física por parte das mulheres”. Uma demonstração de que retirar a crosta cultural a permear as relações sociais não será tão fácil.
Por entender que uma sociedade igualitária exigirá labor conjunto de mulheres e homens, a partir de 2016 o Senado passou a homenagear também os homens com o prêmio Bertha Lutz. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello foi o primeiro a receber o diploma. Quando presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele lançou em 2014 a campanha Mais Mulheres na Política. E ajudou a conceber a ideia publicitária “Todo Poder às Mulheres”, defendendo maior participação feminina em todas as instâncias de poder e de atuação na sociedade.
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