Ao participar de debate na página Chega de Fiu Fiu, em agosto de 2015, a internauta Adna Paula questionou o conceito de liberdade num contexto em que a mulher não pode caminhar pelas ruas “sem receber uma cantada invasiva e preconceituosa ou sem receber buzinadas”. Diante desses constrangimentos, ela só vê uma saída: “Quanto mais empoderadas formos, mais chances de combater essas situações teremos. Ser chamada de chata vale a pena quando o que se ganha é respeito”.
Nas redes sociais, as mulheres reclamam do discurso machista que as associa de forma excessiva ao prazer sexual, seja em conversas e atitudes, seja em produtos culturais, como novelas e campanhas publicitárias. Os protestos contra a dominação muitas vezes são chamados de “mi mi mi”, gíria que quer dizer reclamação exagerada, lamúria, choradeira.
No Senado, as queixas das mulheres são levadas a sério e serviram de base para a elaboração de uma agenda de lutas. A senadora Ângela Portela, por exemplo, pretende atuar em três eixos em 2016: combate à violência doméstica contra a mulher, saúde e educação e participação política das mulheres. Do ponto de vista orçamentário, quer destinar mais recursos para a ampliação da Rede Especializada de Atendimento à Mulher e cobrar agilidade na aplicação efetiva de recursos na construção da Casa da Mulher Brasileira nos estados.
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