Senadores repudiam fala de general do Exército sobre possibilidade de intervenção militar — Rádio Senado
Crise Política

Senadores repudiam fala de general do Exército sobre possibilidade de intervenção militar

Senadores repudiaram em Plenário, nesta segunda-feira (18), a declaração do general do Exército Antônio Hamilton Martins Mourão sobre a possibilidade de intervenção militar no país, se os casos de corrupção não forem resolvidos pelo Judiciário. Para o senador José Medeiros (Pode-MT), o Brasil vive uma crise, mas não é hora de se pensar em ruptura. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que esse tipo de declaração se equipara a um crime de responsabilidade. Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) considerou o caso como uma “quebra de hierarquia” e afirmou que já solicitou a convocação do ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar esclarecimentos na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

18/09/2017, 19h15 - ATUALIZADO EM 18/09/2017, 19h20
Duração de áudio: 01:52
Plenário do Senado durante sessão não deliberativa.

Em discurso, à tribuna, senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Waldemir Barreto / Agência Senado

Transcrição
LOC: SENADORES REPUDIARAM EM PLENÁRIO FALA DE GENERAL DO EXÉRCITO SOBRE A POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO MILITAR. LOC: O COMANDANTE DO EXÉRCITO TAMBÉM APONTOU QUE NÃO HÁ QUALQUER POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO MILITAR NO PAÍS. A REPORTAGEM É DE REBECA LIGABUE (LIGABÍ). TÉC: Durante palestra promovida em uma loja maçônica, em Brasília, o general do Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, falou na necessidade de intervenção militar, se os casos de corrupção de políticos no País não forem resolvidos pelo Judiciário. No Senado, parlamentares se manifestaram contra o posicionamento do general. Para o senador José Medeiros, do Podemos de Mato Grosso, a afirmação é grave. (sonora José Medeiros, 17’’) Sinceramente, me senti constrangido de ver um general de alta patente ser infeliz daquela forma. Eu vou dizer infelicidade, porque não coaduna. Nós temos aqui nossas lutas políticas, o Brasil passa por suas crises, mas não é hora, nem de longe, de nós pensarmos em ruptura, porque nós estamos resolvendo os nossos problemas. (REPÓRTER) Para o senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, esse tipo de declaração se equipara a um crime de responsabilidade. (Randolfe) Ninguém venha com teoria absurda, sem fundamento e sem base nenhuma, de que a Constituição estabelece alguma possibilidade de intervenção militar das Forças Armadas. A Constituição repele qualquer tipo de ação armada. (REPÓRTER) O senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, considerou o caso como uma “quebra de hierarquia” e afirmou que já solicitou a convocação do ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar esclarecimentos na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. (Lindbergh) E eu quero aqui chamar a atenção da omissão por parte do Governo, do Ministro da Defesa. Esse fato tem de ter repercussões, eu conversava com um amigo historiador, que dizia o seguinte "se não houver algum tipo de atitude contra essa ação do General Mourão, nós colocamos mais um elemento de instabilidade." (REPÓRTER) O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, se posicionou contra a declaração e afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que "não há qualquer possibilidade" de intervenção militar. Da Rádio Senado, Rebeca Ligabue.

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