Senadores divergem sobre redução da taxa Selic em 0,25% — Rádio Senado
Economia

Senadores divergem sobre redução da taxa Selic em 0,25%

Senadores divergem sobre a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom)  de reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual. A senadora Gleisi  Hoffmann (PT-PR), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, achou a redução tímida. Ela esperava uma diminuição de pelo menos 0,5 ponto percentual.  Ricardo Ferraço (PSD-ES) admite que a redução foi tímida por ser apenas o primeiro passo.  Cristovam Buarque (PPS-DF) espera que a redução dos juros continue, mas sem sacrificar a poupança e a rolagem da dívida pública. A Reportagem é de Paula Groba.

21/10/2016, 19h42 - ATUALIZADO EM 25/10/2016, 09h30
Duração de áudio: 02:25
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Transcrição
LOC: SENADORES DIVERGEM SOBRE REDUÇÃO DA TAXA BÁSICA DE JUROS EM 0,25 PONTO PERCENTUAL LOC: ENQUANTOS UNS DEFENDEM CAUTELA, OUTROS QUEREM POLÍTICA MAIS OUSADA DO BANCO CENTRAL. REPÓRTER PAULA GROBA. (Repórter) Segundo o Banco Central, com a convergência da inflação para a meta central de 4,5% a partir do ano que vem, foi possível dar início à política de corte de juros, considerada pela própria instituição como moderada e gradual. A redução de 0,25 ponto percentual na taxa, no entanto, foi considerada pouco ousada pela presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná. Gleisi afirmou que esperava no mínimo uma redução de 0,5 ou um ponto percentual. (Gleisi Hoffmann) A partir do momento em que a inflação cai, se eu não mexer com a taxa de juros, se eu não baixar a taxa de juros, o meu juro real aumenta, o que é uma perversidade para uma economia depressiva como a nossa. (Repórter) O senador Ricardo Ferraço, do PSDB do Espírito Santo, também considerou a redução pequena, mas afirmou que a medida é um primeiro passo. (Ricardo Ferraço) Eu também gostaria que a taxa de juros tivesse reduzido mais, gostaria que o banco central pudesse ser mais ousado, eu acho que foi um bom primeiro passo. E você ganha uma guerra dando um bom primeiro passo e nós estamos na direção certa. (Repórter) Na visão do senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, o ideal seria uma redução maior, mas, para ele, o Copom pode estar sendo cauteloso por fatores como a falta de credibilidade que o país ainda enfrenta. O senador espera que o Comitê de Política Monetária siga reduzindo os juros com responsabilidade. (Cristovam Buarque) Eu espero que ela continue baixando, mas com a responsabilidade necessária para não baixar a ponto de sacrificar a poupança e sacrificar a rolagem da dívida. Pra isso, eu não tenho dúvida de que será preciso controlar os gastos públicos no Brasil. (Repórter) O economista Newton Marques explica que o Banco Central tem agido com cautela e conservadorismo na expectativa de medidas do governo. (Newton Marques) É uma medida modesta mas, pelo menos, inverte, porque manter a taxa básica de juros era insustentável. O Banco Central tem agido com cautela e agindo de forma conservadora esperou sinais de que a inflação estaria reduzindo e esperando um momento apropriado com relação à atividade econômica e a própria expectativa dos agentes econômicos. (Repórter) De acordo com o Banco Central, o ritmo de redução dos juros nos próximos meses vai depender de fatores que aumentem a confiança no alcance da meta de inflação em 2017 e 2018.

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