Senadores defendem regulamentar a vaquejada — Rádio Senado
Cultura

Senadores defendem regulamentar a vaquejada

Proibir, não; regulamentar, sim. Essa foi a opinião de vários senadores do nordeste sobre a polêmica da proibição pelo Supremo Tribunal Federal da prática das vaquejadas. Na terça-feira (25), manifestantes tomaram a Esplanada dos Ministérios em protesto contra a decisão do STF que revogou uma lei cearense que regulamentava esses eventos.

Os senadores da região disseram que respeitam o entendimento do STF, mas defenderam, em Plenário, a regulamentação da atividade, para, de um lado, assegurar os empregos e, de outro, resguardar o direito dos animais.

Para o senador Eunício Oliveira (PMDB – CE), autor de uma das quatro propostas de regulamentação em pauta no Senado, o argumento dos maus-tratos não se sustenta.

26/10/2016, 11h53 - ATUALIZADO EM 26/10/2016, 12h06
Duração de áudio: 02:11
Geraldo Magela / Agência Senado

Transcrição
LOC: PROIBIR, NÃO; REGULAMENTAR, SIM. ESSA FOI A OPINIÃO DE VÁRIOS SENADORES DO NORDESTE SOBRE A POLÊMICA DAS VAQUEJADAS. LOC: NA TERÇA-FEIRA, MANIFESTANTES TOMARAM A ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS EM PROTESTO CONTRA A DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUE REVOGOU A LEI CEARENSE QUE REGULAMENTAVA ESSES EVENTOS. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ: TÉC: Por seis votos a cinco, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional a lei do Ceará que regulamentava as vaquejadas. A maioria dos ministros considerou que a tradição que fundamenta a prática não pode se sobrepor ao direito dos animais de não serem expostos a maus-tratos. Manifestantes levaram cavalos para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para protestar contra a decisão que, segundo a Associação Brasileira de Vaquejada, provocará a perda de 700 mil empregos no Nordeste. Os senadores da região disseram que respeitam o entendimento do STF, mas defenderam, em plenário, a regulamentação da atividade, para, de um lado, assegurar os empregos e, de outro, resguardar o direito dos animais. Para Eunício Oliveira, do PMDB cearense, autor de uma das quatro propostas de regulamentação em pauta no Senado, o argumento dos maus-tratos não se sustenta: (Eunício) Hoje, o tamanho da corrida não chega a 150 metros; há a necessidade de um colchão de areia de entre 40 e 60 cm de profundidade. Não há mau-trato ao animal. (REP) José Agripino, do Democratas do Rio Grande do Norte, também destacou as medidas de segurança animal que já são tomadas nas vaquejadas atuais: (Agripino) Eu cheguei a assistir espetáculos lamentáveis do rabo quebrado de um animal durante a vaquejada. Hoje, não existe mais isso, porque a cauda artificial já é uma prática normal que, ao longo do tempo, pelas denúncias de maus-tratos, que tem que ser feitas para que uma atividade que gera emprego, que é tradição, não signifique maus-tratos ao animal. (REP) Elmano Férrer, do PTB do Piauí, ressaltou a importância econômica das vaquejadas para o Nordeste: (Férrer) Em 2015, as vaquejadas movimentaram algo em torno de 600 milhões de reais, gerando perto de 120 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos. (REP) Entre as quatro propostas em defesa da vaquejada no Senado, três propõem sua classificação como patrimônio cultural e uma assegura a continuidade dessa atividade, desde que seja editada norma regulamentadora. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

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