Senadores criticam cancelamento de Atlético-PR x Coritiba por falta de acordo sobre direitos de transmissão
O cancelamento do jogo entre Atlético Paranaense e Coritiba, neste domingo (19), no Paraná, por falta de acordo sobre direitos de transmissão, foi tema de pronunciamentos no Plenário do Senado. Os dois clubes haviam acertado a transmissão da partida exclusivamente por plataformas digitais, mas a Federação Paranaense de Futebol se opôs à medida e a partida não foi realizada. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) lamentou a decisão da federação e afirmou que o jogo poderia ter marcado o início de uma revolução no futebol brasileiro, com a primeira transmissão pelo Youtube de um clássico. O senador Reguffe (sem partido-DF) criticou os valores cobrados pelas federações de futebol para permitir a transmissão dos jogos. O assunto foi debatido no Senado em 2016, pela comissão de juristas que elaborou o anteprojeto da Lei Geral do Desporto. O texto deve ser discutido pelo Congresso Nacional neste ano.
Transcrição
LOC: SENADORES CRITICARAM EM PLENÁRIO O CANCELAMENTO DO JOGO ENTRE ATLÉTICO PARANAENSE E CORITIBA, NESTE DOMINGO, POR FALTA DE ACORDO SOBRE DIREITOS DE TRANSMISSÃO.
LOC: A PARTIDA SERIA TRANSMITIDA PELOS CANAIS DO YOUTUBE E DO FACEBOOK DOS CLUBES. MAIS INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
TÉC: A transmissão feita exclusivamente por plataformas digitais foi acertada entre o Atlético Paranaense e o Coritiba. A decisão foi tomada após não haver entendimento sobre os valores cobrados pelas emissoras de televisão pelo direito de transmitir o jogo. Apesar dos vinte mil torcedores e da presença dos jogadores dos dois times em campo, a Federação Paranaense de Futebol proibiu o início da partida. O argumento foi que profissionais da imprensa presentes no estádio não estariam devidamente credenciados. A senadora Gleisi Hoffmann, do PT do estado, lamentou a decisão da Federação, que impossibilitou a primeira transmissão via Youtube de uma partida entre grandes clubes.
(Gleisi) “O Atletiba de ontem poderia marcar o início de uma revolução no futebol brasileiro, com a primeira transmissão pelo YouTube de uma partida dessa magnitude. Ao invés de termos uma transmissão histórica, democrática, autônoma e independente, que poderia conferir mais poder para os clubes do País, nós tivemos mais uma demonstração da força e do domínio do monopólio das comunicações no futebol nacional e de sua cartolagem.”
(REP) O senador Reguffe, do Distrito Federal, endossou a preocupação com os direitos de transmissão e os valores cobrados pelas federações de futebol.
(Reguffe) “ Ninguém torce por Federação, as pessoas torcem pelos times, pelos clubes de futebol. O que as federações fazem hoje com os clubes é ser meio gigolôs dos clubes, obrigam que os clubes tenham o tempo todo que pagar pedágio.”
(REP) O assunto foi debatido no Senado em 2016, pela comissão que elaborou o anteprojeto da Lei Geral do Desporto. Enquanto os juristas criticaram o chamado direito de arena, que prevê a exclusividade na transmissão de eventos esportivos, as emissoras de TV defenderam a liberdade de mercado. Agora, o texto aprovado pela comissão será discutido pelo Congresso Nacional. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.
