Senado do Futuro debate importância da conscientização sobre qualidade dos alimentos no Brasil — Rádio Senado
Comissões

Senado do Futuro debate importância da conscientização sobre qualidade dos alimentos no Brasil

17/08/2017, 18h27 - ATUALIZADO EM 17/08/2017, 18h27
Duração de áudio: 03:19
Comissão Senado do Futuro (CSF) realiza o seminário "Fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis e educação". 

Em pronunciamento, senador da República do Chile, Guido Girardi. 

Participam: 
pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens/USP), Isabela Fleury Sattamini; 
líder do programa de alimentação saudável no Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ana Paula Bortoletto; 
diretora executiva da ACT Promoção da Saúde, Paula Johns; 
senador Cristovam Buarque (PPS-DF) 

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS, COMO DIABETES E CÂNCER, SÃO RESPONSÁVEIS POR QUASE 74% DAS MORTES NO PAÍS. LOC: A COMISSÃO “SENADO DO FUTURO” DEBATEU A IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A QUALIDADE DO QUE SE COME NO BRASIL. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ: TÉC: Diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e do sistema respiratório estão no grupo das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que são causa de 63% das mortes no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, e que, no Brasil, são responsáveis por praticamente 74% dos óbitos, como informou Marta Coelho, representante do Ministério da Saúde em debate na Comissão Senado do Futuro: (Marta) Problema de grande magnitude, responsável por quase 74 % dos óbitos, e traz esse impacto epidemiológico, demográfico. (REP) Segundo a OMS, 40% dessas mortes são prematuras, na população entre 30 e 60 anos, e poderiam ser evitadas com a mudança de hábitos como o fumo, o abuso do álcool, e pela adoção de uma rotina de exercícios e uma alimentação mais saudável. A nutricionista Isabella Sattamini, pesquisadora da USP, explicou como os alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, salgadinhos e biscoitos, contribuem para o sobrepeso, a obesidade e o diabetes. Cheios de aditivos químicos, esses alimentos são, em geral, muito saborosos, mas pouco nutritivos: (Isabella) Leva ao consumo excessivo, passivo, muito açúcar, pouca fibra, então, dá baixa saciedade, você tem aquela necessidade de continuar comendo para se sentir satisfeito, e o marketing sofisticado e agressivo, que aqui a gente já conhece. (REP) E foi contra a publicidade da indústria dos ultraprocessados que um projeto do senador e médico chileno, Guido Girardi, aprovado em 2011 e que virou lei: os produtos agora vêm com selos de advertência sobre a quantidade de gorduras saturadas, sal e outras substâncias prejudiciais – quanto mais selos, menos recomendável é o produto. De acordo com Girardi, foi uma luta difícil contra interesses econômicos e que durou mais de uma década: (Girardi) Imagine demoramos más de 10 años em hacer esta ley. Y si te cansas, si te enojas, si no es perseverante, no tienes paciencia, no se avanza. (REP) Representante da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns, disse que a luta contra os ultraprocessados é difícil, mas não impossível, e deu como exemplo as conquistas do movimento anti-fumo, que teve êxito na proibição de propagandas, na rotulagem e nas ações educacionais de prevenção e conscientização: (Paula) Não foi uma batalha fácil, no entanto, hoje em dia, todo mundo acha quase óbvio que você tenha direito de estar num ambiente onde não seja permitido fumar. (REP) O senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, defendeu que é preciso intensificar as campanhas para uma alimentação saudável, combatendo a publicidade que atrela a comida a um status social: (Cristovam) Duas coisas me tocaram muito: uma é que publicidade mata, contamina mais que bactéria; e, segundo, crianças comem por status, e todos nós. Comida errada você insiste, porque vicia e só descobre muito tarde. (REP) Cristovam Buarque apresentou, em 2008, um projeto sobre rotulagem que categoriza os alimentos por cores, conforme a tabela nutricional; no entanto, o senador pretende apresentar novo projeto com formas mais modernas de informação ao consumidor. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

Ao vivo
00:0000:00