Especialistas pedem investimentos para garantir Base Nacional Comum Curricular
A implementação da Base Nacional Comum Curricular está prevista para o ano de 2019, mas sem investimentos públicos, inserção no mundo digital e valorização dos professores, ela não sairá do papel. O diagnóstico foi feito por especialistas, que participaram de debate na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE). Além da questão do financiamento, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), argumentou que a Base Nacional Comum não sairá do papel se o Brasil não olhar para o que chamou de “a base da Base”.
Transcrição
LOC: A IMPLEMENTAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR ESTÁ PREVISTA PARA O ANO DE 2019, MAS SEM INVESTIMENTOS PÚBLICOS, INSERÇÃO NO MUNDO DIGITAL E VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES, ELA NÃO SAIRÁ DO PAPEL.
LOC: O DIAGNÓSTICO FOI FEITO POR ESPECIALISTAS, QUE PARTICIPARAM DE DEBATE NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO. REPÓRTER MARCELA DINIZ:
(Repórter) A Base Nacional Comum Curricular, prevista desde a Constituição de 88, mas nunca implementada, é um conjunto de aprendizagens que todos deverão ter direito no Brasil, mesmo que estejamos falando em realidades díspares, como a educação em comunidades ribeirinhas ou em uma metrópole. Por isso, é preciso não confundir a Base com os currículos, que mudam conforme o local, como ressaltou Guiomar de Mello, consultora do MEC que participou da audiência na Comissão de Educação do Senado, sobre os desafios da implementação da BNCC: (Guiomar) Eu diria que a Base Nacional Comum é um “pretinho básico” que todas mulheres têm e que elas mudam: elas botam colar, elas botam xale, dependendo da situação em que elas vão usar esse vestido.
(Repórter) A previsão é a de que a BNCC seja implementada a partir de 2019, se o Conselho Nacional de Educação aprovar Resolução sobre o tema até o fim de 2017, como informou o assessor da Secretaria Executiva do MEC, Ricardo Coelho:
(Ricardo Coelho) Aprovada a Resolução pelo Conselho até o final desse ano, o ministro deverá homologá-la em dezembro; para que, a partir de 19, a Base chegue, de fato, às escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental.
(Repórter) Cleuza Rodrigues, do Movimento pela Base Nacional Comum Curricular, disse que não haverá condições de implementar a Base sem dinheiro para a Educação:
(Cleuza Rodrigues) Não há implementação da Base sem recursos e a gente não tem visto isso na dimensão de orçamento público.
(Repórter) Além da questão do financiamento, o senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, argumentou que a Base Nacional Comum não sairá do papel se o Brasil não olhar para o que chamou de “a base da Base”:
(Cristovam Buarque) A base da Base é o professor, é a estrutura, é a permanência da criança. E hoje eu não vejo como fazer uma educação integral sem horário integral.
(Repórter) De 2014, quando foi iniciada a construção da Base, até agora, já foram feitas três versões do documento. Só na fase de consulta pública, foram 12 milhões de contribuições.