CPI do BNDES debate financiamentos de obras no exterior e caso JBS — Rádio Senado
Audiência pública

CPI do BNDES debate financiamentos de obras no exterior e caso JBS

A concessão de empréstimos para grandes empresas, como a JBS, foi tema de debate na CPI do BNDES nesta quarta-feira (20). A audiência pública também analisou o financiamento de obras de infraestrutura em outros países. A superintendente da Área de Controladoria do Banco, Vânia Maria Borgerth, afirmou que todos os pedidos de empréstimo são analisados por uma equipe multidisciplinar, evitando decisões monocráticas. Ela também negou que sejam privilegiadas apenas as grandes empresas nacionais, ao afirmar que em 2016, por exemplo, 96% das operações foram endereçadas a pequenas e média empresas. Na avaliação do senador Wilder Morais (PP-GO), no entanto, o dinheiro poderia ser mais bem distribuído. O senador Jorge Viana (PT-AC) admitiu que é preciso corrigir eventuais falhas nos procedimentos, mas afirmou que colocar o BNDES sob suspeição seria trabalhar “contra o país”.

20/09/2017, 20h09 - ATUALIZADO EM 20/09/2017, 20h21
Duração de áudio: 02:01
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS realiza reunião para apreciação do plano de trabalho.

Em pronunciamento, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).


Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: A CPI DO BNDES REALIZOU UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUARTA-FEIRA. LOC: ALÉM DO CASO JBS, FOI DISCUTIDO O FINANCIAMENTO DE OBRAS DE INFRAESTRUTURA EM OUTROS PAÍSES E A CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS PARA GRANDES EMPRESAS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. (Repórter) A audiência pública foi destinada a analisar operações de financiamento da linha do BNDES destinada a fomentar a internacionalização de empresa nacionais. A superintendente da Área de Controladoria do Banco, Vânia Maria Borgerth, afirmou que todos os pedidos de empréstimo são analisados por uma equipe multidisciplinar, evitando decisões monocráticas. (Vânia Maria) “Não há hipótese de um indivíduo, nem que seja o próprio presidente do Banco, tem condição de decidir sozinho se um empréstimo, financiamento, ou operação de participação societária será aprovada ou não.” (Repórter) Sobre a JBS, ela garantiu que o BNDES não privilegiou nenhuma empresa específica, já que das 50 maiores empresas brasileiras com padrão internacional, 14 receberam recursos do Banco. A representante do BDNES também negou que sejam privilegiadas apenas as grandes empresas nacionais, ao afirmar que em 2016, por exemplo, 96% das operações foram endereçadas a pequenas e média empresas. Porém, o senador Wilder Morais, do PP de Goiás, defendeu que o dinheiro poderia ser melhor distribuído. (Wilder Morais) “Operações sempre acima de 300 milhões. E principalmente para financiar as empresas brasileiras em obras lá fora. Porto em Cuba, fazer metrô em Caracas. Quantas empresas brasileiras poderiam ter pego recursos aqui dentro?” (Repórter) Já o senador Jorge Viana, do PT acreano, defendeu que é preciso corrigir eventuais falhas nos procedimentos, mas colocar o BNDES sob suspeição seria trabalhar contra o país, frisando ser este o terceiro maior banco do mundo. (Jorge Viana) “Eu acho que no governo do Presidente Lula tinha uma lógica interessante. Era o Brasil disputar o mundo, ter grandes empresas que pudessem fazer frente às grandes empresas americanas, europeias, da Ásia inclusive. Agora muito provavelmente ninguém podia imaginar que elite perversa de empresários nós tínhamos e temos,.” (Repórter) Também participaram da audiência pública o especialista em finanças Ney Ottoni de Brito; e os representantes do Banco Central Marcelo Datz e Luiz Maranhão de Melo.

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