Comissão de Desenvolvimento Regional realiza debate sobre privatização do setor elétrico — Rádio Senado
Audiência pública

Comissão de Desenvolvimento Regional realiza debate sobre privatização do setor elétrico

A privatização do setor elétrico foi debatida em audiência pública nesta terça-feira (19), na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR). A discussão foi motivada pela decisão do governo federal de privatizar a Eletrobras, com o objetivo de cobrir parte do rombo fiscal do país. Para a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), diferentemente do que o governo acredita, entregar a estatal para a iniciativa privada trará ainda mais prejuízos, além de ser um retrocesso. Especialistas ouvidos pela CDR também se posicionaram contrários à medida e argumentaram que a privatização da Eletrobras trará consequências negativas para a população. Nenhum representante do governo participou do debate.

19/09/2017, 18h42 - ATUALIZADO EM 19/09/2017, 19h22
Duração de áudio: 02:07
Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) realiza audiência pública interativa para discutir sobre a privatização do setor elétrico e as consequências para o desenvolvimento regional. 

Mesa: 
secretária de energia da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Fabíola Latino Antezana; 
professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa; 
presidente da CDR, senadora Fátima Bezerra (PT-RN); 
membro do Conselho de Administração da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Nelson José Hubner Moreira; 
diretor-presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates 

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: A PRIVATIZAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO FOI DEBATIDA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E TURISMO. LOC: OS ESPECIALISTAS ACREDITAM QUE A VENDA DA ELETROBRAS TERÁ CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS PARA A POPULAÇÃO. REPÓRTER GUSTAVO AZEVEDO. (Repórter) Motivada pelo recente anúncio do governo federal de privatizar a Eletrobrás, a Comissão de Desenvolvimento Regional debateu as consequências desta ação para o setor elétrico e o crescimento local. Com a privatização, a União deixará de controlar a estatal, mas continuará como acionista da companhia. O objetivo é tentar cobrir parte do rombo fiscal do País. Mas para a senadora Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte, ao contrário do que o governo acredita, entregar a estatal para a iniciativa privada trará ainda mais prejuízos, além de ser um retrocesso. (Fátima Bezerra) A argumentação do governo é que a privatização da Eletrobrás vai servir não só para reduzir o endividamento do estado, mas ainda para deixar mais barata a conta de luz da população. O que consideramos que não é verdade. (Repórter) O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-presidente da Eletrobrás Luiz Pinguelli Rosa acredita que a venda da empresa não terá os efeitos esperados. Ele defendeu mais investimentos no setor elétrico e lembrou o racionamento de energia que gerou blackouts em todo o País há alguns anos, que podem ocorrer novamente após a privatização. (Luiz Pinguelli Rosa) Para a população o que interessa é o serviço que ela presta, no caso, o setor elétrico. Existem várias outras atividades que comportam melhoria da situação financeira. Não a venda pura e simples do setor elétrico como um todo. Eu acho que isso vai dar um efeito negativo. (REP) Para Jean-Paul Prates, presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia, Cerne, a ação do governo visa privilegiar apenas as empresas que vão comprar a Eletrobrás. (Jean-Paul Prates) Ela tem privilégios. A licença ambiental dela vai sair mais rápido. O terminal dela vai sair no melhor lugar. Os funcionamentos dos dutos e dos monopólios naturais serão dados a ela prioritariamente. (Repórter) Nenhum representante do governo participou do debate. A senadora Fátima Bezerra adiantou que a comissão deve realizar novas audiências públicas sobre o tema.

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