CE debate educação dos brasileiros que vivem no Japão — Rádio Senado
Educação

CE debate educação dos brasileiros que vivem no Japão

14/06/2017, 16h21 - ATUALIZADO EM 14/06/2017, 16h21
Duração de áudio: 02:33
Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realiza  audiência interativa para debater a situação da educação de filhos de brasileiros no Japão. 

Mesa:
assessora especial para Assuntos Internacionais do Ministério da Educação (MEC), ministra Carla Barroso Carneiro;
presidente eventual da CE, senador Cristovam Buarque (PPS-DF);
diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do Ministério das Relações Exteriores (MRE), ministra Maria Luíza Lopes da Silva;
assessor parlamentar do Senado Federal, Kilton José Oliveira Rocha.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: PARA DISCUTIR A EDUCAÇÃO DOS BRASILEIROS QUE VIVEM NO JAPÃO, A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO RECEBEU REPRESENTANTES DO MEC, DO ITAMARATY E ESPECIALISTAS. LOC: HOJE 180 MIL BRASILEIROS MORAM NO JAPÃO E 27 MIL ESTÃO EM IDADE DE FREQUENTAR A ESCOLA. REPÓRTER ANA BEATRIZ SANTOS. (Repórter) Segundo o Itamaraty, cerca de 180 mil brasileiros vivem no Japão. Desse total, 41 mil são menores de 19 anos, e 27 mil estão em idade escolar. Diferente do que ocorre com a adaptação de quem sai do Brasil para morar em outros países, o sistema de ensino japonês oferece vários desafios para os brasileiros. Muitos pais que saíram do Brasil nos anos 90 e 2000 não dominam o japonês, e quando os filhos vão para a escola não conseguem ajudá-los. Durante alguns anos, a alternativa dos pais foi manter os filhos em escolas brasileiras particulares, mas não havia muito controle sobre a qualidade dessas instituições e a situação de crise econômica no Japão impediu que muitos pais continuassem a pagar pelos estudos. Devido à rigidez das escolas e as ameaças de bullying, alunos brasileiros desistem de frequentar as escolas japonesas e acabam em situação de risco social, como explica a representante do Itamaraty, Maria Luiza Lopes da Silva. (Maria Luiza Lopes da Silva-)“ muitos desses jovens eles não estão integrados na escola, mas eles acabam, devido ao tempo livre, sendo recrutados por pequenas gangues.” (Repórter) Hoje, o Itamaraty se esforça junto ao governo japonês para que os alunos brasileiros sejam inseridos nas escolas. Uma alternativa, é buscar convênios com universidades brasileiras que oferecem cursos de Letras com habilitação em japonês para intercâmbios com universidades japonesas. Os alunos atuariam no Japão como professores de contraturno para os alunos brasileiros. Para o senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, o custo do projeto é viável. (Cristovam Buarque) “Eu achei muito interessante a ideia de levar jovens brasileiros para ensinar português no Japão. Não custaria tanto, embora levar poucos o impacto não seria tão grande, mas se espalharia. O Ciência sem Fronteiras poderia servir pra isso”. (Repórter) Os participantes concordaram em continuar a discutir o tema e formar um grupo de trabalho para analisar as possibilidades com o auxílio das Comissões de Educação e de Relações Exteriores. Diversos cidadãos participaram da audiência pública por meio do portal e-cidadania, entre eles muitos moradores do Japão. Os participantes comentaram casos de dificuldades de adaptação nas escolas, como o diagnóstico errôneo de autismo nos estudantes brasileiros por parte das escolas japonesas.

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