CDH realiza audiência para debater crimes que ocorrem na internet — Rádio Senado
Audiência pública

CDH realiza audiência para debater crimes que ocorrem na internet

A educação para o uso da internet é mais efetiva no combate a crimes cibernéticos do que leis punitivas. Para especialistas que debateram o tema na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), repressão deve existir ao lado da prevenção e esta deve ser exercida por pais, professores e pela mídia. O senador José Medeiros (PSD – MT), que pediu o debate na CDH, apontou a educação como ferramenta essencial para a proteção de crianças e adolescentes.

29/06/2017, 14h03 - ATUALIZADO EM 14/09/2017, 12h06
Duração de áudio: 02:30
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública  interativa para debater crimes virtuais, com a participação de representantes da SaferNet Brasil, da Unicef, da PF e do Conselho Federal de Psicologia.

Participam:
representante da Unicef, Mário Volpi;
presidente eventual da CDH, senador José Medeiros (PSD-MT).

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: A EDUCAÇÃO PARA O USO DA INTERNET É MAIS EFETIVA NO COMBATE A CRIMES CIBERNÉTICOS DO QUE LEIS PUNITIVAS. LOC: PARA ESPECIALISTAS QUE DEBATERAM O TEMA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, REPRESSÃO DEVE EXISTIR AO LADO DA PREVENÇÃO E ESTA DEVE SER EXERCIDA POR PAIS, PROFESSORES E PELA MÍDIA. REPÓRTER MARCELA DINIZ: (Repórter) De acordo com os participantes do debate sobre crimes virtuais promovido pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, cabe ao pais, em primeiro lugar, aprender a dominar o básico da internet para orientar os filhos no bom uso dessa ferramenta. O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Mário Volpi, acredita que essa educação, aliada à compreensão dos problemas dos filhos, pode prevenir casos de ciberbullying, incitação à automutilação e abuso sexual: ( Mário Volpi) “Ah, não, filho, esse negócio aí é muito complicado”. Esse discurso de inferioridade do adulto em lidar com as redes sociais é o que faz com que a maioria dos adolescentes, nas pesquisas: a maioria deles usa seus pares como referência, porque não vê nem na escola, nem nos pais, uma fonte segura para receber as informações que eles precisam. (repórter) Além dos pais, professores e os meios de comunicação também devem saber como abordar o assunto. O diretor de educação da Safernet, no Brasil, Rodrigo Nejm, citou o episódio do jogo “Baleia Azul” como exemplo de cobertura que ajudou a desencadear o chamado “efeito contágio”: (Rodrigo Nejm) A Organização Mundial de Saúde tem um protocolo para a imprensa justamente para evitar o efeito contágio: em vez de sensibilizar e orientar, essa notícia, sem seguir os protocolos, acaba conectando pessoas que já sofrem com novas ideias de como machucar a si mesmo. (Repórter) Para o chefe-adjunto de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, Pablo Barcellos, a Lei de Combate ao Bullying, o Marco Civil da Internet e o Estatuto da Criança e do Adolescente formam um arcabouço para a punição desses crimes e, mais importante do que criar novas leis, é dar efetividade às já existentes: (Pablo Barcellos) As leis, tanto para serem produzidas quanto para serem implementadas, precisa de pressão social para que virem realidade. (Repórter) O senador José Medeiros, do PSD de Mato Grosso, que pediu o debate na CDH, apontou a educação como ferramenta essencial para a proteção de crianças e adolescentes: (José Medeiros) Responsabilidade não só para o Estado, como para pais e professores, que estão mais próximos desses frágeis seres que por algum momento se tornam como se fossem autossuficientes, mas que precisam ser cuidados. (Repórter) O portal da Safernet, safernet.org.br, trabalha em conjunto com órgãos oficiais e oferece canais de denúncia, de ajuda e de orientação.

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