Advocacia Geral do Senado pede nulidade da busca e apreensão realizada em imóvel funcional de Gleisi Hoffmann — Rádio Senado
Investigação

Advocacia Geral do Senado pede nulidade da busca e apreensão realizada em imóvel funcional de Gleisi Hoffmann

24/06/2016, 13h34 - ATUALIZADO EM 24/06/2016, 16h14
Duração de áudio: 02:24
Moreira Mariz/Agência Senado

Transcrição
LOC: A ADVOCACIA GERAL DO SENADO PEDIU A NULIDADE DA BUSCA E APREENSÃO REALIZADA EM IMÓVEL FUNCIONAL DA SENADORA GLEISI HOFFMANN, DO PT DO PARANÁ. LOC: NESTA QUINTA-FEITA, O MARIDO DA SENADORA, O EX-MINISTRO PAULO BERNARDO FOI PRESO PREVENTIVAMENTE PELA OPERAÇÃO CUSTO BRASIL. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. TEC: A Advocacia Geral do Senado entrou com uma reclamação junto ao Supremo Tribunal Federal contra a operação realizada nesta quinta-feira na residência oficial da senadora Gleisi Hoffmann, em Brasília. Ela é casada com o ex-ministro Paulo Bernardo, um dos alvos da Operação Custo Brasil. As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público apontam que ele participou de um esquema de corrupção envolvendo o Ministério do Planejamento, entre 2010 e 2015. Paulo Bernardo foi ministro da pasta no Governo Lula e teria direcionado a contratação da empresa Consist Software, acusada de desviar 100 milhões de reais. A reclamação no STF foi solicitada a pedido do presidente Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, e do vice-presidente, Jorge Viana, do PT do Acre, e será apreciada pelo ministro Celso de Mello. O advogado adjunto do Senado, Rômulo Gobbi, explica que o MP solicitou que fosse feita a separação dos bens do ex-ministro e da senadora, o que é faticamente impossível, principalmente se tratando de material de escritório e eletrônicos. (Rômulo) “O Ministério Público sabia que eles iam encontrar bens de titularidade, de propriedade da senadora Gleisi Hoffmann. E isso é natural, porque era o apartamento funcional dela, e o juiz e o Ministério Púbico tinham ciência disso, e mesmo assim eles decretaram a busca e apreensão sem pedir autorização para o Supremo Tribunal Federal, que é o procedimento correto.” (REP) A Advocacia Geral do Senado também pede que o Conselho Nacional de Justiça apure se houve infração disciplinar do juiz que expediu o mandado, Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Criminal de São Paulo. Para o senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, ele jamais poderia ter autorizado a busca e apreensão na casa de uma senadora sem a autorização do STF. (Lindbergh) “Nós estranhamos que isso aconteça no momento em que a senadora Gleisi Hoffmann está jogando um papel de ponta contra esse golpe contra a presidente da República, no momento que existe uma crise no governo interino aí. Esse tipo de ação parece mais uma ação espetacular para constranger a senadora Gleisi Hoffmann aqui.” (REP) A senadora Gleisi Hoffmann divulgou uma nota afirmando que desde o início do processo Paulo Bernardo se colocou inúmeras vezes à disposição da Justiça, tendo endereço conhecido. Para a senadora, a operação tem por objetivo desviar o foco da opinião pública para garantir o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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