Abandono paterno e falta de educadores são obstáculos para inclusão de pessoas com Down ou autismo — Rádio Senado
Pautas Femininas

Abandono paterno e falta de educadores são obstáculos para inclusão de pessoas com Down ou autismo

25/02/2016, 16h11 - ATUALIZADO EM 25/02/2016, 16h19
Duração de áudio: 02:12
Foto: Pedro França / Agência Senado

Transcrição
LOC: O ABANDONO PATERNO E A FALTA DE EDUCADORES QUALIFICADOS SÃO OBSTÁCULOS PARA A EFETIVA INCLUSÃO DE PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN E AUTISMO. LOC: A QUESTÃO FOI DEBATIDA EM UMA AUDIÊNCIA PROMOVIDA PELO PROJETO “PAUTA FEMININA”, DAS PROCURADORIAS DA MULHER DO SENADO E DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ: TEC: Para muitas famílias, as dificuldades em se educar um filho autista ou com Síndrome de Down começam ainda dentro de casa, com o problema do abandono paterno. Foi o que assinalou a procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, logo no início do debate sobre educação inclusiva: (VANESSA) Quando alguém tem um filho, uma filha, com autismo, com Síndrome de Down, sem dúvida nenhuma, é a mulher – hoje, cada vez mais, a gente vê pais, homens envolvidos, mas, no geral, são as mulheres que se dedicam. (REP) A representante do Ministério da Saúde, Vera Lúcia Mendes, lembrou que os recentes casos de microcefalia em bebês trouxeram à tona a questão do abandono paterno de crianças com deficiências e o presidente do Instituto Ápice Down, Karlo Quadros, apresentou uma estatística sobre o problema: (QUADROS) Tem estudos que mostram que até 80% das famílias de pessoas com deficiências são monoparentais, apenas a mãe que está ali para cuidar do filho. (REP) Sem o apoio do pai, as mães de crianças com deficiências precisam trabalhar mais para o sustento da família e não contam com escolas em tempo integral nem com profissionais capacitados, como destacou a diretora do Movimento Orgulho Autista do Brasil, Adriana Monteiro, que tem uma filha autista que estuda em classe especial: (ADRIANA) Adoraria que Ana Luíza estivesse numa escola regular, incluída. Cadê? Quem é que vai trabalhar com uma criança com Síndrome de Algenman, com 15 anos, uma criança que não tem controle de esfíncter, não sabe segurar um lápis e as crianças com 15 anos estão indo para um processo de vestibular. (REP) A representante do Ministério da Educação, Suzana Brainer, disse que é preciso melhor articulação entre poder público, escolas e pais, nos municípios, para que o direito de atendimento educacional especializado seja efetivado: (BRAINER) Na perspectiva de garantir que essa inclusão aconteça de fato é importantíssimo que, no município, a articulação intersetorial aconteça. (REP) A audiência pública foi presidida pelo senador Hélio José, do PMB do Distrito Federal, e contou, também, com as presenças de Ana Cláudia Figueiredo, da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, e da primeira-dama do Distrito Federal, Márcia Rollemberg. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

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