Não houve ilegalidade ou conluio, afirma Sergio Moro ao Senado

Da Redação | 21/06/2019, 12h06

Por oito horas e meia, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, prestou esclarecimentos, na quarta-feira (19), aos senadores sobre mensagens que teria trocado com procuradores da Operação Lava Jato quando era juiz federal. Os textos vieram a público numa série de reportagens do site The Intercept Brasil, que questionou a imparcialidade do ex-juiz no julgamento das ações decorrentes da operação. Moro, que teve a iniciativa de comparecer ao Senado, disse não ter cometido desvios, contestou a autenticidade das mensagens e afirmou que há um grupo criminoso interessado em invalidar a Lava Jato. O ministro falou em uma audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) convocada para esse fim.

Moro defende sua atuação como juiz e fala em grupo criminoso para invalidar Lava Jato

Mesmo alegando que as mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil podem ter sido alteradas, o ministro Sergio Moro defendeu sua atuação como juiz e afirmou que não há infrações ou desvios de conduta nas conversas com procuradores da Lava Jato reveladas. O ministro também apontou a existência um grupo criminoso criado para invalidar condenações, prejudicar investigações em curso e atacar as instituições. O ministro também disse aos senadores que não tem como atestar a autenticidade das mensagens vazadas.

Moro nega conluio com Ministério Público em sentenças da Lava Jato

A relação entre juízes, promotores, advogados e delegados dominou parte dos debates na audiência da CCJ. O ex-magistrado rebateu com números a acusação de que agiu de forma parcial na Operação Lava Jato. Segundo ele, foram 90 denúncias, 45 sentenças e 44 recursos interpostos pelo Ministério Público. De 291 acusados, 211 foram condenados e 63 absolvidos, o que demonstra não ter havido convergência de ações, afirmou.

Senadores querem acesso às mensagens trocadas por Moro e Dallagnol

Como foram vazadas as supostas conversas privadas entre procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba e o então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça? Seriam elas autênticas? Essas foram algumas das questões centrais da manhã da audiência pública com o ministro na CCJ. Alguns senadores querem ter acesso às mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram para compará-las com os trechos vazados pelo site The Intercept Brasil.

"Não tenho apego ao cargo. Se houver irregularidade, eu saio", diz Sergio Moro

O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse na audiência da CCJ  que não tem apego ao cargo ocupado por ele no governo Bolsonaro e que sairá se houver alguma irregularidade da parte dele.

Moro chamou de “sensacionalismo” e “trivial” comentários sobre Fux e FHC

Embora tenha dito não reconhecer a veracidade do conteúdo publicado pelo site The Intercept Brasil, o ministro Sergio Moro comentou algumas das mensagens trocadas entre ele e procuradores da Lava Jato, ao longo da audiência pública. Entre os trechos que foram alvos de questionamentos dos senadores, estavam as menções ao ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux e ao ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)