'Congo tem absolutamente tudo, de tão rico em minérios', afirma diplomata na CRE

Sergio Vieira | 14/09/2017, 15h40

O Congo, 4° maior país da África, é conhecido no meio científico como uma "aberração geológica". Isto, por ter "absolutamente tudo" no que se refere a riquezas minerais dentro de seu território. Estas afirmações foram feitas pelo diplomata André Luiz Azevedo dos Santos durante sabatina nesta quinta-feira (14) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), quando teve a sua indicação (MSF 50/2017) para representar o Brasil aprovada.

— Além de lítio e cobalto, lá tem terras raras, ouro e diamantes em quantidades admiráveis, além de minério de ferro, que é mais comum. Mas acima de tudo eles tem urânio e metais nobres e raros, fundamentais no mundo de hoje no que se refere à produção de energia elétrica, medicina nuclear e também para questões de segurança — detalhou.

Azevedo, que é experiente no continente africano, já tendo servido em outras três nações, informou que sua atuação no Congo, caso tenha seu nome confirmado em Plenário pelo Senado, será baseada em um plano já acertado com o Departamento de Promoção Comercial.

— Terei recursos e funcionários visando dinamizar o fluxo comercial com aquele país. Queremos inserir no mercado congolês não só grandes empresas, como a Vale do Rio Doce e a Marco Polo, mas também médias e pequenas exportadoras que podem explorar aquele potencial, que tem demanda para nossos produtos — explicitou.

Mais minérios

Ainda tratando de minérios, Azevedo afirmou confiar que podem ser estabelecidas parcerias entre empresas brasileiras e os interesses congoleses, preservando direitos ambientais, trabalhistas e sociais dos habitantes daquele país. Este pode ser um diferencial na atuação brasileira, no entender dele, uma vez que a exploração mineral é marcada na África e em outros continentes pelas conseqüências negativas que deixam às populações locais.

O diplomata ainda reforçou que o aprofundamento dos laços comerciais com o Congo ainda é bastante influenciado pelas instabilidades políticas que marcam a história do país. Ele também fez um relato da atual situação política, em que o atual presidente, Joseph Kabila, permanece no poder à despeito de seu 3° mandato ter se encerrado em dezembro do ano passado. Um novo processo eleitoral vem sendo negociado, intermediado pela Igreja Católica.

Azevedo finalizou a sabatina pedindo aos senadores da CRE para que contemplem a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) em suas emendas orçamentárias, devido ao papel primordial que cumpre na inserção de empresas brasileiras no mercado africano.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)