Eunício diz que governo terá de explicar deficit e líderes criticam mudança na meta

Da Redação | 15/08/2017, 17h49

Um possível aumento do deficit da meta fiscal do governo federal só terá acolhida no Congresso “se for inevitável”, afirmou nesta terça-feira (15) o presidente do Senado, Eunício Oliveira, após reunião com as lideranças partidárias. Para ele, cabe ao Poder Executivo e sua equipe econômica explicarem ao Legislativo e à população brasileira a real necessidade de aumento do deficit primário deste ano, que está previsto em R$ 139 bilhões.

Eunício disse que participou de várias reuniões com o presidente da República, Michel Temer, e ministros da equipe econômica sobre o tema. Eunício informou que deixou claro ao presidente e seus ministros que não concorda com criação de novos impostos nem aumento da taxação de pessoas físicas. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, apresentou várias planilhas para explicar as dificuldades econômicas do governo e para justificar a necessidade de aumento do deficit deste ano, segundo o presidente do Senado.

— Se for inevitável, teremos de fazer a menor possível — afirmou Eunício.

Os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ), que também participaram da reunião de líderes, criticaram uma possível mudança na meta fiscal.

Para Lindbergh, o atual governo está desmoralizando todos os argumentos usados contra a presidente Dilma Rousseff durante o processo de impeachment. Ela foi bastante criticada por alterar a meta fiscal. Entretanto, o senador disse que a oposição aceita discutir o assunto, mas não pretende “dar um cheque em branco para Temer”.

Já Caiado aproveitou para criticar a pauta de votações do Senado. Para ele, os senadores deveriam dar mais atenção para os anseios da sociedade e discutir e votar temas como segurança pública e reforma política.

— Estamos totalmente alienados daquilo que é a pauta do momento e que todo o Brasil está discutindo. Precisamos de uma pauta compatível com o momento. O Senado Federal não é uma Casa só para sabatinar autoridades, o Senado é muito maior que isso. Estamos totalmente divorciados da realidade, daquilo que passa o país — disse Caiado.

O senador avisou que sua assessoria vai pesquisar projetos que estejam no Senado e tratem de segurança pública e reforma política para que ele tente “puxá-los para a pauta do Senado”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)