Frente pelas 'Diretas Já' reafirma que a saída para a crise é pelo voto popular

Da Redação | 11/07/2017, 11h29

Parlamentares e representantes dos movimentos sociais, centrais sindicais e sociedade civil se reuniram na segunda-feira (10), no Senado Federal, com um objetivo: fortalecer a rede nacional pelas Diretas Já. A reunião foi uma iniciativa do senador João Capiberibe (PSB-AP), coordenador da Frente Parlamentar Suprapartidária pelas Diretas Já.

As manifestações dos participantes foram unânimes: fortalecer o movimento em todas as regiões do Brasil por meio de atos pró eleições diretas; definir um calendário desses atos; criar um plano de comunicação para divulgar o movimento; apoiar o voto do relator na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara de acatar denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer; criar uma secretaria-executiva da Frente pelas Diretas Já e produzir um vídeo do movimento.

— Temer está com os dias contados na Presidência e precisamos, principalmente, unificar o movimento pelas Diretas Já por meio de uma rede nacional de informações. A ideia é construir um acompanhamento por todos os Estados, ter atos e comitês pelo Brasil todo. Temos um ato dia 21 de julho na Paraíba, outro ainda esse mês, no Ceará, e dia 19 de agosto em Goiânia — informou Capiberibe.

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) destacou que o movimento pelas Diretas Já é muito vitorioso. Enumerou que já teve atos em vários Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia e defendeu a criação de um cronograma de atos por todo o Brasil.

— Precisamos que se constituam os Comitês pelo Brasil — afirmou Lídice.

Ela também mencionou que Temer e Rodrigo Maia possuem o mesmo DNA e que não oferecem uma saída para o País, reforçando a ideia das eleições diretas.

O deputado Enio Verri (PT-PR) informou que no final de semana passado ocorreu um ato em Curitiba para o lançamento das Diretas Já, com a presença da Juventude do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Edson Carneiro, o índio, da Frente Povo Sem Medo, falou “que com o agravamento da crise, o povo brasileiro não vai aceitar a imposição de Rodrigo Maia. Não existe saída para a crise que não seja pelas urnas”.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que é fundamental fortalecer a Frente e sua consequente divulgação e elogiou a criação de uma secretaria-executiva da Frente para coordenar as ações das instâncias estaduais.

— Só assim teremos a real consolidação das Diretas Já — disse.

O tema da saída de Temer da Presidência foi mencionado por quase todos os participantes.

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ressaltou que o PSOL está de acordo com as decisões da reunião. Ele defendeu que o afastamento de Temer seja discutido durante o recesso parlamentar e a votação, somente em agosto.

— Nesse contexto, temos nossa janela de mobilização pelas Diretas Já — declarou.

O deputado José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria na Câmara, ressaltou que é preciso unificar a bandeira em torno de pontos comuns e que essa semana será decisiva.

— O que aconteceu hoje na CCJ foi um passo gigantesco, mas ainda não é definitivo. Não podemos cantar vitória antes do tempo — avaliou.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) falou que o relatório da CCJ, na Câmara, nesta segunda, pelo acatamento da denúncia da PGR, pode dar uma virada no jogo.

— Nós precisamos focar na democracia das Diretas Já, jogar luz e consolidar a Frente e o movimento — defendeu.

Vicente Selistre, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), afirmou que este é o momento de unir forças de todos os movimentos sociais, centrais sindicais e sociedade, em busca das Diretas Já. Leidiano Farias, da Frente Brasil Popular, concorda com ele e disse que acredita fortemente no potencial de massificação que tem a luta pelas Diretas Já.

A senadora Gleise Hoffmann (PT-PR) ressaltou que é fundamental medir como vai se agir com as decisões da Câmara dos Deputados.

— Precisamos ganhar tempo. Não reconhecemos nenhuma transição com o Rodrigo Maia. A saída são eleições diretas e montarmos um calendário de discussões para nortear nossas atividades — disse Gleisi.

Secretaria-Executiva

A criação da secretaria-executiva da Frente pelas Diretas Já foi muito bem aceita por todos. A primeira reunião vai acontecer nesta quinta-feira (13), na liderança do PSB, para dar encaminhamentos sobre o resultado da reunião. Essa secretaria ficará sob a coordenação do PSB, mas com representantes de várias lideranças políticas.

— Saímos daqui fortalecidos. Existe um cansaço de uma crise que já dura três anos. Os atos pelo Brasil vão fortalecer a certeza que o juiz da crise é o povo — afirmou o senador Capiberibe, que enviará um relatório com os resultados da reunião a todos os participantes.

Estiveram presentes as senadoras Lídice da Mata (PSB-BA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Fátima Bezerra (PT-RN), os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Jorge Viana (PT-AC), os deputados Enio Verri (PT-PR), Henrique Fontana (PT-RS), Glauber Braga (PSOL-RJ), Wadih Damous (PT-RJ), e as deputadas Janete Capiberibe (PSB-AP), Alice Portugal (PCdoB-BA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Zenaide Maia (PR-RN), além do ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, citado várias vezes durante a reunião.

A Intersindical, a Auditoria Cidadã, o MAS, a Associação Vocação, a CTB, o MST, a NCST; o SITRAEMG, a CUT, a Frente Brasil Popular, o MNCCD, a Frente Povo Sem Medo, o Conselho Federal de Economia, o INAÔ e o Movimento Camponês Popular foram movimentos sociais e centrais sindicais presentes.

Da Assessoria de Imprensa do Senador João Capiberibe

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)