Lindbergh diz que a Justiça trata de forma diferente os possíveis delatores de Temer

Da Redação e Da Rádio Senado | 03/07/2017, 18h58

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) acusou o Poder Judiciário de agir com "seletividade", que segundo ele mantém preso quem está disposto a fazer delação contra integrantes do PT, mas  liberta quem pode firmar um acordo de delação que pode comprometer o presidente da República, Michel Temer.

Ele se referiu à decisão do Supremo Tribunal Federal de libertar o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que foi preso a pedido do Ministério Público sob a acusação de ser intermediador de pagamento de propina a Michel Temer.

Lindbergh Farias ainda criticou a decisão que permitiu que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) volte a exercer normalmente o seu mandato.

Nesse caso, Lindbergh citou o caso do ex-senador e ex-líder do governo Dilma, Delcídio do Amaral, que somente foi solto pela justiça com a possibilidade de retomar suas funções no Senado, depois de fazer uma delação na qual tentou incriminar o ex-presidente Lula.

Sentença de Moro

Para Lindbergh, àquela época, tudo foi feito de forma planejada, para gerar um clima favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Já agora, as decisões estariam sendo tomadas para impedir a volta do PT ao poder, inclusive com uma iminente sentença do juiz federal Sérgio Moro em um dos processos envolvendo Lula, o que pode influenciar as próximas eleições.

— Condenar o Lula sem provas? Esse pessoal perdeu completamente a noção. Porque a condenação tem um objetivo, que é tirar Lula do jogo. O medo deles são as eleições e o Lula não para de subir em tudo o que é pesquisa. Então eles nem escondem o timing político, que é tentar impedir o Lula de ser candidato. Condenar em primeira instância, tentar condenar em segunda instância, para impedir a candidatura desse que é o representante do campo popular, desse, que lidera todas as pesquisas.

Libertação de Rafael braga

Lindbergh também manifestou apoio à campanha pela libertação de Rafael Braga, jovem, negro, morador de rua, preso nas manifestações de 2013 no Rio de Janeiro.

Segundo ele, o caso de Rafael Braga reforça o preconceito contra as pessoas negras. Todos os anos, salientou o senador, 60 mil pessoas são assassinadas no Brasil, metade jovens, sendo que 77% destes são negros e moradores de favela.

— Quando a gente defende princípio da presunção da inocência e do devido processo legal, nós defendemos porque sabemos que, na 'hora H', a corda arrebente sempre em cima dos mais pobres, dos trabalhadores, das populações mais vulneráveis — afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)