Paim critica reforma trabalhista e destaca acusações contra Michel Temer

Da Redação e Da Rádio Senado | 19/06/2017, 17h53

O senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou em discurso a votação da reforma trabalhista (PLC 38/2017) do governo Temer, que está marcada para esta terça-feira (20) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Paim disse que, ao não revistar o texto que saiu da Câmara dos Deputados, o Senado deixa de exercer seu papel constitucional. Ele lembrou que até o relator, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), já reconheceu que o projeto tem trechos inadequados.

Segundo Paim, muitos senadores se recusam a alterar o PLC 38/2017 por causa de um acordo com o Palácio do Planalto, para votar a proposta rapidamente, sem alterações. O problema, disse Paim, é que o acordo foi firmado com um presidente da República que está sendo acusado "de chefe de quadrilha" pelo empresário Joesley Batista em entrevista à revista Época.

— E eu falo com senador, eu falo com relator, e todos dizem que [a reforma trabalhista] tem problema, mas dizem que o chefe mandou. Eu estou preocupado, não estou fazendo a acusação contra ninguém aqui. ‘Não, mas o presidente mandou’. E quem é o presidente? É o chefe — disse Paim em Plenário nesta segunda-feira (19), mostrando a capa da revista.

"Prisão arbitrária"

Paim também classificou de arbitrária a prisão de Jeferson Fernandes, deputado estadual gaúcho e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Segundo o senador, o deputado estadual, que é do PT, foi preso, na última quarta-feira (14), durante operação da Brigada Militar em ação de reintegração de posse de terreno ocupado por famílias sem moradias de Porto Alegre.

Para o senador, essa é mais uma ação contra os movimentos sociais que lutam, nas mais diversas frentes, pela manutenção de direitos e por melhorias nas condições de vida de pessoas.

— Parece que a violência vai no aspecto físico e também no aspecto de mudar a legislação com essa reforma da Previdência e trabalhista. Como eles estão percebendo que está havendo uma reação da população, começam a botar a força de repressão. A que ponto nós estamos chegando?

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)