Consumismo é criticado em audiência sobre Dia da Mãe Terra

Da Redação | 11/05/2017, 14h45

Como pensar o futuro da Terra quando o consumo exacerbado é a principal variável a mover a economia do planeta? A questão foi levantada pelo professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Zuchi, nesta quinta-feira (11), durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). O tema em debate era o Dia Internacional da Mãe Terra, celebrado em 22 de abril, data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para assinalar a interdependência entre a vida humana e a preservação da natureza.

— É um dia de reflexão entre o modelo de consumismo exacerbado e o planeta que as nações desejam para as futuras gerações. Nossas principais relações estão envolvidas na transformação do ambiente em mercadoria e sobre essa transformação é que deve haver certa preocupação. Não é pregar o não consumo, mas um consumo menos predatório — declarou Zuchi.

Presidente da CDH, a senadora Regina Sousa (PT-PT) reforçou a advertência do acadêmico ao observar que as pessoas costumam se preocupar muito com a economia, mas parecem não atentar para sua dependência da conservação do planeta.

— É preciso reconhecer nossa responsabilidade com o desenvolvimento sustentável — advertiu Regina.

Papa

O debate também foi uma oportunidade para ressaltar o alerta do Papa Francisco na Encíclica “Laudato Si” pelos cuidados com a Terra. Ao comentar o documento, Carlos Moura, representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou o seguinte trecho: “o ambiente humano e natural degrada-se em conjunto e não podemos enfrentar a degradação ambiental se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social”.

— A degradação humana está intimamente ligada à degradação da Terra. Temos que buscar o aprimoramento ético e moral na perspectiva da integração, do respeito e da proteção à natureza — considerou Moura.

O embaixador da Bolívia no Brasil, José Kinn Franco, se disse solidário e feliz com a atuação do Papa Francisco contra a depredação do planeta. O diplomata apresentou, também, documento lido pelo presidente boliviano, Evo Morales, em celebração da ONU pela data. Dentre as dez propostas para a conservação do meio ambiente, um dos destaques foi a defesa de um novo paradigma mundial de produção e consumo. Franco anunciou ainda a realização da Conferência Mundial dos Povos por um Mundo sem Muros, agendada para os dias 20 e 21 de junho em seu país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)