Lindbergh Farias aponta convulsão social no Rio e defende investimentos públicos

Da Redação e Da Rádio Senado | 02/05/2017, 17h00

O Rio de Janeiro enfrenta um cenário de convulsão social, disse nesta em Plenário terça-feira (2) o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele mencionou os recentes casos de violência e de distúrbios, como a queima de nove ônibus pela manhã.

Para Lindbergh, isso é consequência da desintegração de políticas públicas, da corrupção, de isenções fiscais indevidas e do aumento de gastos do estado. O senador afirmou que a crise econômica atingiu o Rio de Janeiro com a redução, pela metade, dos investimentos da Petrobras. Por isso, o senador considera que o governo deveria seguir no rumo do investimento público para retomada da economia.

— O país vivendo essa situação e só se fala em austeridade, austeridade, austeridade, fim da política de conteúdo local, fim do papel dos bancos públicos. Porque o BNDES, além de devolver R$ 100 bilhões de reais, tem R$ 150 bilhões em caixa, e não joga mais um papel indutor no nosso desenvolvimento nacional.

Lindbergh Farias defendeu a antecipação, para outubro deste ano, das eleições previstas para outubro de 2018, para que o eleito tivesse legitimidade para governar e promover os ajustes de que o país precisa.

Escravidão no campo

O senador também considerou um escárnio o projeto apresentado pelo deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), da Frente Parlamentar Ruralista na Câmara dos Deputados, que muda a legislação sobre o trabalho no campo. Lindbergh informou que o texto de Nilson Leitão, que tramita na Câmara, permite que os salários dos funcionários sejam pagos não somente em dinheiro, mas também pelo fornecimento de moradia ou alimentação.

— Isso é regime de servidão!

Além disso, está prevista a jornada de 12 horas; a possibilidade de venda integral de férias para quem morar no local de trabalho; e a substituição do repouso semanal por um período contínuo de até 18 dias de trabalho, disse Lindbergh Farias.

— Os acordos coletivos entre sindicatos e empresas poderão prevalecer sobre a legislação. Acabará o pagamento de horas de deslocamento em veículos de empresa, onde não há transporte público. Institui a jornada intermitente, em que o funcionário pode trabalhar em horários específicos do dia, quando houver demanda, sem jornada contínua.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)