Senadores divulgam notas sobre lista apresentada por Edson Fachin

Da Redação | 12/04/2017, 18h15

Vários senadores emitiram notas de esclarecimento e defesa diante da divulgação da lista de inquéritos autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, nesta terça-feira (11). Fachin é o relator da Operação Lava Jato no STF.

Seguem abaixo as manifestações divulgadas pelos senadores citados, por ordem alfabética.

Aécio Neves (PSDB-MG)

Em nota publicada por sua assessoria nos perfis na redes sociais afirmou:

"Considera importante o fim do sigilo sobre o conteúdo das delações, iniciativa solicitada por ele ao ministro Edson Fachin na semana passada, e considera que assim será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua conduta". A assessoria também afirmou que "é falsa e absurda a acusação de que Aécio teria participado de algum ato ilícito envolvendo a licitação ou as obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais".

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Em vídeo postado nas redes sociais, o senador disse que "tem que investigar, sim. Investigar até o fim para que tudo seja devidamente esclarecido. Quero dizer, de forma muito enfática, meu patrimônio é absolutamente compatível com minha renda, eu não enriqueci ilicitamente, a Odebrecht nunca fez obras no tempo em que eu fui prefeito ou fui governador. Esse famoso Refis que estão dizendo que se viu em doação de dinheiro da Odebrecht, foi aprovado quando eu ainda não era senador. Espero que a investigação ande e ande rápido para que tudo seja esclarecido e mais uma vez nós possamos mostrar que nunca usei meu mandato para beneficiar qualquer que seja a empresa ou fazer qualquer negócio ilícito”.

Dalírio Beber

"Recebo com surpresa a inserção do meu nome no rol dos investigados. Não tive, até o presente momento, qualquer acesso ao processo para conhecer o conteúdo do que me é atribuído. Rechaço com veemência toda e qualquer denúncia de prática de ilícitos. Estou indignado, mas absolutamente tranquilo, pois minha consciência em nada me acusa. Digo à sociedade brasileira, em especial, aos catarinenses, que sempre confiaram em mim, que espero que rapidamente a verdade seja restabelecida. Neste momento, coloco-me inteiramente à disposição da Justiça”, disse em nota publicada no Twitter.

Eduardo Braga (PMDB-AM)

No da assessoria de imprensa afirma: “O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) desconhece o conteúdo das informações que levaram a PGR a pedir abertura de inquérito. Vale destacar que a abertura de inquérito não significa que os investigados respondam por qualquer tipo crime. O senador Eduardo Braga, em caso de notificação, prestará todas as informações necessárias à Justiça."

Eunício Oliveira (PMDB-CE)

"Não tenho nenhuma informação sobre os nomes nem sobre os inquéritos. Os homens públicos têm que estar sempre atentos e sem medo de fazer os enfrentamentos que a vida a pública nos oferece. Vamos tocar a pauta do Senado naturalmente. Vamos tocar a pauta com naturalidade."

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)

"A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho, representada pelo advogado André Luís Callegari, afirma que não foi oficialmente comunicada, tampouco teve acesso à referida investigação. Fernando Bezerra mantém-se, como sempre esteve, à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos que elas possam necessitar. A defesa do senador observa que nestes 35 anos de vida pública de Fernando Bezerra Coelho não há qualquer condenação em desfavor do parlamentar."

Fernando Collor

"Nego, de forma veemente, haver recebido da Odebrecht qualquer vantagem indevida não contabilizada na campanha eleitoral de 2010."

Humberto Costa (PT-PE)

A nota da assessoria de imprensa diz: “O senador Humberto Costa (PT-PE) - que espera a conclusão de inquérito aberto há mais de dois anos pelo STF, e para o qual a Polícia Federal já se manifestou em favor do arquivamento - aguarda ter acesso aos novos documentos para reunir as informações necessárias à sua defesa. O senador, que já abriu mão de todos os seus sigilos, se coloca, como sempre o fez, à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários."

Ivo Cassol (PP-RO)

Em manifestação durante a abertura da reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) desta quarta-feira (12) o senador afirmou que está sendo alvo de “retaliação”.

Cassol disse que conseguirá provar a seriedade e compromisso que tem com o povo de Rondônia. Ele garantiu que, quando foi governador de Rondônia, foi contrário à isenção de impostos concedidas às empresas responsáveis pela construção das Usinas Hidrelétricas e das linhas de transmissão relacionadas às Usinas de Santo Antônio e Jirau, erguidas no rio Madeira – que tinha como uma das construtoras a empresa Odebrecht, onde trabalhavam os executivos cuja delações basearam a lista de Fachin.

Segundo o parlamentar, quando assumiu o Senado Federal, em 2011, ele denunciou a situação, por escrito, ao Tribunal de Justiça, Ministério Público do estado, Tribunal de Contas e Assembleia Legislativa. Com a isenção, os governos estadual e federal deixariam de arrecadar mais de R$ 1 bilhão.

— Teve uma audiência pública. Eu fui lá, enfrentei toda a equipe do governo, enfrentei os deputados estaduais contra a isenção, e ontem fiquei perplexo pela citação do meu nome. Eu desconheço os fatos, o que originou isso, simplesmente eu acho que foi retaliação por eu não ter sido conivente com a isenção de impostos — declarou.

Jorge Viana (PT-AC)

"Do PMDB ao PSDB, passando pelo meu partido, o PT, mas também o DEM, PSD, PSB, PRB e PP, todos os partidos representados no Congresso estão envolvidos nesta crise. Muitos são acusados de corrupção, outros têm de se explicar sobre suas campanhas.

Sobre o envolvimento do meu nome e do governador Tião Viana, não há nenhuma denúncia de corrupção contra nós, mas questionamentos sobre a arrecadação da campanha em 2010.

Vamos provar na Justiça o que dissemos antes: nossas campanhas foram dentro da lei e feitas com dinheiro limpo.

Nada devemos e nada tememos. Confiamos na Justiça."

José Serra (PSDB-SP)

Nota da assessoria diz: “O senador José Serra reitera que não cometeu nenhuma irregularidade e que suas campanhas foram conduzidas pelo partido, na forma da lei.  A abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal servirá como oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de sua conduta.

Assessoria de imprensa do senador José Serra.”

Kátia Abreu (PMDB-TO)

" Lamentavelmente, por desconhecer o conteúdo da decisão do ministro Edson Fachin, não tenho, neste momento, elementos suficientes que me permitam rebater as supostas acusações feitas contra mim e o meu marido, mas afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca participei de corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei. Estarei à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários de maneira a eliminar qualquer dúvida sobre a nossa conduta.

Sigo trabalhando no Senado pelo Brasil e pelo Tocantins. Minha história e minha correção são a base fundamental da minha defesa."

Lídice da Mata (PSB-BA)

"Acho muito importante essa autorização do Supremo para a devida abertura dos inquéritos. Espero que agora haja a quebra do sigilo de todo o processo, como já havia solicitado. Tenho a consciência tranquila e a confiança de que tudo será esclarecido. A seriedade da minha vida pública fala por mim. Quem não deve não teme."

Lindbergh Farias (PT-RJ)

"Estou absolutamente tranquilo sobre o inquérito em que sou citado na Lava Jato e quero transmitir o mesmo sentimento aos meus seguidores. Nunca me envolvi em atividades ilegais; já fui citado anteriormente e o resultado foi o arquivamento por completa ausência de fatos. Tenho convicção que o destino deste novo inquérito será o mesmo. Confio na justiça."

Omar Aziz (PSD-AM )

"Ninguém tem mais interesse do que eu na conclusão deste inquérito. Não tenho e nunca tive nenhum tipo de relação com a Odebrecht. Essa empresa não teve sequer contratos ou pagamentos recebidos no meu governo. Também não recebi nenhum centavo deles em campanha eleitoral.

O jornal O Globo já inclusive publicou que, no documento divulgado pelo ministro Fachin, não há qualquer referência de valor em meu nome.”

Paulo Rocha (PT-PA)

"Todos os recursos da minha companha de 2014 para o Senado Federal foram repassados pela direção nacional e estadual do Partido dos Trabalhadores e estão todos declarados nas prestações de contas junto ao TRE. A utilização desses recursos, empresas doadoras e doadores individuais, enfatizo, obedeceram estritamente às normas da legislação eleitoral em vigor daquele ano."

Renan Calheiros (PMDB-AL)

"A abertura dos inquéritos permitirá que eu conheça o teor das supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em vazamentos seletivos de delações. Um homem público sabe que pode ser investigado. Mas isso não significa condenação prévia ou atestado de que alguma irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados por falta de provas, como aconteceu com o primeiro", disse, em nota publicada no site do parlamentar.

Ricardo Ferraço (PSDB-ES)

O senador postou vídeo por meio do seu perfil no Twitter em que afirma:

"Foi com absoluta perplexidade e indignação que eu recebi a informação de que meu nome está incluído na chamada lista do Fachin. Toda minha campanha foi declarada e como poderão constatar na prestação de contas no TSE, esta empresa não foi doadora. Nunca tratei qualquer assunto com essas pessoas e tampouco autorizei que alguém tratasse. Acionarei esses mentirosos judicialmente para que provem as acusações."

Romero Jucá (PMDB-RR)

"Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas".

Valdir Raupp (PMDB-RO)

Nota da assessoria de imprensa declara:

“O senador Valdir Raupp afirma que recebeu com tranquilidade a sua citação  na lista do Ministro Fachin publicada no dia de hoje, baseada em declarações de delatores que no desespero falam e ninguém pode impedir. Este será o momento que o senador terá para provar que as doações legais destinadas ao Partido foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Assessoria de Imprensa.”

Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

"Diante da autorização, pelo STF, de abertura de inquérito para investigar as doações da campanha de 2012, quando fui candidata à prefeita, reafirmo que estou tranquila, pois tenho consciência que não cometi qualquer tipo de ilegalidade. Confio que isso será provado a partir das investigações. Falam por mim, minha vida pública e minha trajetória política de mais de 40 anos, sendo 29 desses exercendo mandatos eletivos. Pautei-me sempre baseada em princípios éticos, como atestam todos os que me conhecem, pela luta em defesa dos direitos da nossa gente e do país.

Portanto, mesmo ferida, sobretudo pela falta de critérios quanto a investigação (imprescindível) que coloca casos tão diferentes num mesmo patamar, reafirmo que não vou me intimidar, continuarei firme na luta em defesa das trabalhadoras e dos trabalhadores e no interesse do Amazonas e de nosso querido Brasil."

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)