Collor avalia na CRE saída do Reino Unido da União Europeia

Sergio Vieira | 30/03/2017, 15h32

Durante a reunião desta quinta-feira (30) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o presidente Fernando Collor (PTC-AL) citou o analista Martin Wolf (do jornal inglês Financial Times), para tratar sobre as "incertezas" que são provocadas em todo o continente a partir do início do processo de saída do Reino Unido da União Europeia.

Collor destacou na análise do especialista o fato do apoio popular ao Brexit (nome como ficou conhecido o processo) estar caindo, segundo sondagens de pesquisas de opinião.

Com base em dados da empresa de consultoria HS Market, hoje 53% dos britânicos creem que o divórcio com a UE prejudicará a economia do país. Em julho do ano passado os pessimistas eram 42%, e os que avaliam que a situação irá melhorar já caiu de 39% para 29%.

Já no referendo, quando a população foi formalmente consultada sobre a saída da UE, o Brexit venceu com 51,9% dos votos favoráveis.

Questão escocesa

O processo de separação iniciou-se formalmente ontem (29), a partir de comunicado da primeira-ministra Theresa May enviado ao Bloco. O primeiro foco evidente de tensão, de acordo com a análise explanada por Collor tendo como base o articulista inglês, é o desafio do separatismo escocês.

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, já deixou claro que pretende organizar um novo referendo para que seu país decida se quer ou não continuar fazendo parte do Reino Unido. Porém em encontro com Sturgeon, May também explicitou que não permitirá o separatismo escocês até a finalização do processo de saída da UE, que tem o prazo máximo de 2 anos.

O presidente da CRE ainda destacou o ponto da análise de Wolf em que considera o Brexit "uma tragédia para os dois lados, política e econômica, que enfraquece o Bloco, isola e empobrece o Reino Unido". Também considerou "irônico" o fato de tanto May quanto os líderes dos partidos britânicos tradicionais terem se posicionado contra o Brexit durante a campanha, sob o argumento de que a UE é "de longe" o maior parceiro comercial do país.

Israel

Ainda durante a reunião desta quinta-feira, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) apresentou o relatório que trata da indicação do diplomata Paulo Cesar Meira de Vasconcelos para a chefia da embaixada brasileira em Israel.

O senador mineiro destacou a "significativa comunidade judaica" presente hoje no Brasil, de cerca de 110 mil pessoas, a décima maior em todo o mundo.

No que diz respeito às relações comerciais, ele lembrou que a balança comercial é deficitária para o Brasil, havendo uma forte presença de empresas israelenses por aqui. Anastasia citou ainda que Israel foi o primeiro país fora da América Latina a assinar um Acordo de Livre Comércio com o Mercosul.

A data da sabatina com Meira de Vasconcelos ainda será definida por Fernando Collor.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)