Senado comemora dez anos da UnBTV

Da Redação | 24/10/2016, 14h32

Sessão especial do Senado, realizada nesta segunda-feira (24), celebrou os dez anos da UnBTV, canal criado em 21 de novembro de 2006 pela Universidade de Brasília, para divulgação de atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária.

Requerida pelo senador Hélio José (PMDB-DF), a sessão também celebrou 30 anos do Centro de Produção Cultural e Educativa (CPCE) da UnB, voltado à produção de multimeios para promoção da educação e da cultura.

Hélio José abriu a sessão elogiando a qualidade da comunicação universitária mantida pela UnB, com ênfase em documentários e programas de divulgação de temas científicos.

— O CPCE vem se destacando na realização de trabalhos de reconhecida qualidade, como a produção de documentários em parceria com cineastas do quilate de Nelson Pereira dos Santos, Geraldo Moraes e Vladimir Carvalho — ressaltou.

O senador citou ainda parcerias da UnBTV com emissoras educativas e programas como o Agenda Política, revista semanal voltada para discussão das grandes questões nacionais e internacionais.

Dificuldades

O reitor da UnB, Ivan Camargo, elogiou a dedicação de professores e técnicos que enfrentam “condições desfavoráveis” para garantir a programação nas 12 horas diárias de transmissão da televisão.

— Não é apenas por falta de recursos. É muito mais uma falta de reconhecimento de que a universidade não é uma repartição pública, é um local onde se faz cultura. O que falta é um pouco mais de liberdade às nossas universidades, inclusive, de capitação de recursos — disse.

Camargo defendeu ainda a execução de emendas ao Orçamento da União, apresentadas pela bancada do Distrito Federal no Congresso.

— Privilegiam-se as emendas individuais em detrimento das coletivas. A gente tinha que inverter esse processo, as coletivas contam com um respaldo político de peso — argumentou.

Ao concordar, Hélio José disse estar empenhado na liberação de recursos para geração de energia elétrica fotovoltaica na UnB, de forma a reduzir a conta de luz da instituição, que é de R$13 milhões por ano, e demonstrar a todas as universidades brasileiras a viabilidade do sistema.

Também Márcia Abraão, eleita pela comunidade acadêmica para assumir a reitoria em novembro, até 2020, defendeu maior liberdade de gestão financeira nas universidades públicas, de forma a permitir uma maior integração com a sociedade.

— O futuro do ensino é a convergência do presencial com o ensino à distância. Já temos vários cursos a distância e temos que conseguir que esses cursos se ampliem. Precisamos de recursos, mas precisamos também de dar condições para que a nossa tevê desenvolva bem o seu papel.

TV aberta

Neuza Meller, diretora do CPCE e da UnBTV, pediu apoio do Senado para liberação, pelo Ministério das Comunicações, de canal aberto digital.

— É um contrassenso uma TV universitária estar dentro de um canal fechado. É um canal público, que é financiado pelo povo e não temos, infelizmente, uma legislação ainda direcionada para as TVs universitárias — lamentou.

A migração para o canal aberto, disse Neuza Meller, é fundamental para a aproximação da universidade com a sociedade.

— A nossa missão é esta: devolver para o povo que nos financia o conhecimento que é gerado dentro dessa instituição e das demais que têm canais universitários – observou.

O apelo foi reforçado pelo diretor da Faculdade de Comunicação da UnB, Fernando Oliveira Paulino. Ele lamentou que a UnBTV alcance apenas pessoas com acesso a TV por assinatura, sendo desejo da comunidade universitária que esteja aberta a toda a população.

Fernando Paulino pediu ainda aos senadores que decidam “com sabedoria” sobre a PEC 241/2016, que limita gastos públicos por 20 anos, de forma a assegurar os recursos necessários às atividades de educação superior no país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)