Renan agradece empenho de senadores durante esforço concentrado

Da Redação | 22/09/2016, 12h40

O presidente do Senado, Renan Calheiros, fez um balanço positivo das votações durante o esforço concentrado, ao encerrar a sessão do Plenário na terça-feira (20) e marcou a retomada dos trabalhos legislativos para o dia 4 de outubro, logo após o primeiro turno das eleições municipais.

— Eu quero, mais uma vez, agradecer aos Senadores que atenderam ao convite, vieram aqui, tocaram uma pauta muito importante. Nós ontem votamos três medidas provisórias e hoje, com o procedimento combinado ontem, nós votamos mais três medidas provisórias. Quer dizer, antecipamos até a apreciação de medidas provisórias que ajudarão muito o Brasil nessa retomada de confiança dos agentes econômicos e também de outros setores da sociedade— disse Renan.

Segundo o presidente do Senado, o Brasil acompanhou os trabalhos da Casa em meio ao processo de impeachment da ex-presidente da República, Dilma Rousseff.

— Não foi fácil a condução deste Senado, em meio à crise econômica, à crise política, mas nós todos, cada um fazendo a sua parte, todo mundo se respeitando, levamos o debate até as últimas consequências e conseguimos deliberar, sem muita contestação judicial, com todos participando, com o Presidente do Supremo Tribunal Federal sendo convidado para vir aqui presidir, na forma da Constituição, o julgamento, que aconteceu em um quadro de civilidade — destacou.

De acordo com Renan Calheiros, o Senado deu uma demonstração de maturidade e de responsabilidade com o País.

— É claro que nós tivemos momentos de exacerbação de uma parte ou de outra — eu até me penitencio mais uma vez —, mas isso é do Parlamento. Aqui nós discutimos ideias e nem sempre convergimos na mesma direção. Então, é natural que haja ali um ou outro desentendimento, mas o fundamental é que o Senado, apesar de tudo, está pacificado. E a sessão de ontem e a de hoje são uma demonstração, apesar das diferenças, da pacificação do Senado Federal, ao votarmos ontem, depois de um processo legítimo e regimental de obstrução, e ao votarmos hoje, como consequência de um procedimento desde ontem adotado.

O presidente do Senado, Renan Calheiros cumprimentou a Senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), que é a Líder do Governo no Congresso Nacional, por ter trabalhado para que fosse atingido o quórum mínimo de parlamentares no Congresso Nacional durante os dias do esforço concentrado.

— Esse é seu papel, que tem com todos nós aqui o melhor relacionamento, um relacionamento muito carinhoso. Só há hora em que ela quer fazer a gente votar de todo jeito. Eu até me submeto a essa determinação, mas o problema é que temos que ter disponível o plenário da Câmara dos Deputados e, em alguns momentos, nós não tivemos o plenário disponível. Nós temos, no Congresso - Rose lembra isso sempre – que concluir a votação da LDO – nós temos ainda dois destaques –, apreciar oito vetos e votar vários créditos importantíssimos, Senadora Ana Amélia, Senador Garibaldi, Senador Deca, dentre eles o Crédito nº 8, que é do Fies, uma matéria muito importante. Ontem falei com o Ministro da Educação, que novamente me cobrou. Eu disse a ele: Ministro Mendonça Filho, nós vamos fazer o possível para avançar a pauta e votar essa matéria. Infelizmente, por conta do quórum no Congresso, nós não conseguimos entregá-la e guardamos essa possibilidade para a próxima terça-feira, dia 4, logo depois do primeiro turno da eleição — disse Renan.

Reforma política

Para Renan, os senadores e deputados têm de acabar a crise política. E, na opinião dele, há uma forma clara de se atingir este objetivo:

— É preciso fazer a reforma política, retomar o crescimento da economia. Este País precisa voltar a crescer. Durante mais de 50 anos, a nossa economia, Senador Magno Malta, foi uma das economias que mais cresceu no mundo. A vocação do Brasil é o crescimento econômico. Nós precisamos desamarrar os pés da economia para deixá-la caminhar. Nós temos que resolver de uma vez por todas – isso não pode demorar muito – essa altíssima taxa de juro. Não há país que sobreviva com um nível recomendável de atividade econômica com essa taxa de juro, isso é preciso que seja resolvido. E nós temos outros problemas estruturais que igualmente precisam ser resolvidos no Brasil. A reforma política será a primeira grande resposta que vamos dar, depois do primeiro turno da eleição. A sociedade cobra muito isso. Eu tenho viajado, Senadora Rose, visitado quatro, cinco Municípios de Alagoas todos os dias. Na semana passada, eu fui para Porto Real do Colégio, Mar Vermelho, Arapiraca, Senador Rui Palmeira. Depois, eu fui para Estrela de Alagoas e vou ainda para Igaci. Eu vou, um a um, para todos os Municípios em que puder ir. E converso bastante com as pessoas. Essa é um pouco da minha característica. E é inacreditável como as pessoas cobram que tenhamos uma reforma política para sobretudo diminuir essa enorme quantidade de partidos políticos que dificultam o quadro político-partidário como um todo.

Renan Calheiros voltou a defender a redução do número de partidos políticos e argumentou que devido à grande quantidade de agremiações hoje não é possível fazer uma identificação programática de cada legenda.

— Nós temos um amontoado de legendas no Congresso Nacional, trinta legendas, se não me engano, o que dificulta verdadeiramente a construção de uma maioria parlamentar. E sem maioria parlamentar nós vamos ter mais dificuldade na estabilização política — argumentou.

O presidente do Senado defendeu ainda que é necessário retomar as reformas estruturantes para que o Brasil, em um curtíssimo prazo, volte a crescer, a gerar renda, emprego e, dessa forma possa voltar a ocupar um lugar de destaque no mundo.

Da Assessoria da Presidência do Senado Federal

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)