Senado deve levar adiante agenda de superação da crise, defende Renan

Da Redação | 31/08/2016, 14h18

Em pronunciamento antes da votação do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que respeitaria o resultado "fosse qual fosse" e continuaria engajado numa agenda de superação da crise econômica.

Disse que sua posição é uma consequência natural de um processo conduzido em todas as suas fases por ritos "com o DNA da Constituição", mas aproveitou o momento para conclamar todos os políticos e o Congresso Nacional a fazerem um esforço de atualização da lei que rege os processos de impeachment (Lei 1.079/1950).

- Concordo plenamente com a manifestação feita pelo senador Fernando Collor. Essa é uma lei intrinsecamente desestabilizadora, todos os presidentes recentes passaram por processos. E a vítima maior é a sociedade brasileira - afirmou.

O presidente acrescentou que a democracia é o melhor regime político não por ser "infalível", mas devido à sua capacidade de corrigir imperfeições sob o mando do "único soberano, o povo".

- Podemos estar cometendo um erro, seja qual for o resultado. Mas esta é a grandeza da democracia: se errarmos, a democracia se corrigirá e o povo nos corrigirá - ressaltou.

Reforçou ainda que a democracia é falha por ser humana, mas é "sublime" por se aceitar imperfeita e admitir-se corrigir continuamente.

Ele afirmou ainda que um dia "a história nos julgará e nossa única certeza será que não nos omitimos".

Acredita também que, apesar de excessos cometidos durante o processo, isso se deu fruto de uma "política no mais alto nível, feita às claras, com o calor dos debates, em posições antagônicas e apaixonadas". Aproveitou para desculpar-se ao país por qualquer atitude mais "contundente ou passional" que também tomou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)