Julgamento de Dilma é 'teatro dos absurdos', diz Ângela Portela

Ricardo Westin | 29/08/2016, 22h14

A senadora Ângela Portela (PT-RR) chamou o julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff de “teatro dos absurdos”. De acordo com ela, o processo de impeachment resulta de um “conluio” entre os políticos que foram derrotados por Dilma na eleição presidencial de 2014 e os que são investigados na Operação Lava Jato por suspeita de corrupção.

A tentativa de cassação da presidente, na visão de Ângela, não tem apenas fins políticos. Outro objetivo dos que ela chamou de “representantes do atraso” é frear os programas sociais dos governos do PT, como o Bolsa Família, a valorização do salário mínimo, a ampliação da presença de médicos na rede pública e o fortalecimento dos programas de acesso ao ensino técnico e à universidade.

— Os fatos elencados neste processo nada mais são do que pretextos mal-acabados para interromper um processo de inclusão social que beneficiou milhões de brasileiros. O que está em jogo hoje não é apenas o mandato de uma presidenta acusada de algo que ela não fez. O que também está em jogo é o que ela fez: um país mais justo, mais solidário e de todos. Temo pelas conquistas sociais que marcaram os últimos anos — disse a senadora.

Dilma concordou com Ângela e citou outras ações públicas que, segundo ela, estão sendo golpeadas pelo presidente interino Michel Temer, como o Minha Casa Minha Vida, o Ciência sem Fronteiras e o Aqui Tem Farmácia Popular.

— Também fiquei temerosa pelo futuro da saúde pública quando disseram que ela não cabe no Orçamento — acrescentou Dilma.

A presidente afirmou que o futuro país será prejudicado caso se aprove o projeto de lei apoiado pelo governo Temer que desobriga a Petrobras de participar de todos os empreendimentos de exploração do petróleo localizado na camada pré-sal.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)