José Eduardo Cardozo pede retirada de testemunha da defesa

O advogado José Eduardo Cardozo, que defende a presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment, solicitou a exclusão do nome da ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck do rol de testemunhas arroladas pela defesa.

O requerimento foi anunciado nesta sexta-feira (26) por Cardozo ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que preside a sessão de julgamento do impeachment.

Na quinta-feira (25), Lewandowski acatou questão de ordem dos aliados de Dilma e transformou em informante a primeira testemunha da acusação, o procurador do Ministério Público de Contas Júlio Marcelo de Oliveira.

Conforme Cardozo, a decisão causou “irritação profunda” aos parlamentares que defendem o impeachment, que passaram a questionar a participação de Esther Dweck na instrução do processo. Os opositores de Dilma questionaram o fato de ela ter sido requisitada para assessorar a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), presidida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Segundo o advogado, Esther Dweck é funcionária de carreira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi arrolada como testemunha por sua participação direta, como secretária do Orçamento Federal, nos decretos de crédito suplementar constantes da denúncia contra Dilma Rousseff.

— Há clara intenção de desqualificar pessoalmente a professora Esther e eu não vou expor a figura de uma professora universitária a ataques de vingança, a esse tipo de execração política por represália — afirmou José Eduardo Cardozo ao justificar a sua retirada da relação de testemunhas da defesa.

A senadora Gleisi Hoffmann disse que a professora não tem qualquer vínculo com o Senado.

— Requisitei a professora Esther Dweck para assessorar a Comissão de Assuntos Econômicos no dia 24 de maio, e a solicitação foi publicada esta semana, mas o MEC ainda não liberou a professora — disse Gleisi, ao repudiar acusação de que estaria tentando aliciar a testemunha.

Informante

Cardozo também solicitou que Ricardo Lodi, outra testemunha da defesa, seja ouvido como informante, pelo fato de ter atuado como assistente da perícia realizada sobre documentos do processo de impeachment.

— Não temo impedimento, não temo suspeição, mas por cautela, por ele ter atuado como assistente de pericia, estamos requerendo que o professor Ricardo Lodi, seja ouvido como informante, por lisura processual — disse o advogado de defesa.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)