Impeachment: base governista decide que apenas os líderes farão perguntas

Da Redação | 23/08/2016, 19h12

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), informou que a base do governo decidiu, nesta terça-feira (23), que apenas os líderes dos partidos governistas e os senadores indicados por eles farão perguntas às testemunhas durante o julgamento do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Cássio alegou motivos de “economia processual”, uma vez que essas mesmas testemunhas já foram ouvidas anteriormente pela Comissão Especial do Impeachment.

A ideia é de que a participação dos líderes seja igual em número à dos senadores que defendem Dilma Rousseff, algo em torno de 20. Assim, cerca de 40 senadores governistas deixarão de fazer perguntas para as testemunhas.

— E preferencialmente que façam perguntas apenas para as testemunhas da acusação. Sem nenhum prejuízo da defesa. Acredito que até a sexta-feira essa etapa estará vencida — disse Cássio.

O senador também informou que no próximo domingo (28) os líderes da base do governo decidirão sobre os procedimentos em relação às perguntas para a presidente, que fará sua defesa pessoalmente no dia seguinte (29) em Plenário. Segundo Cássio, tudo dependerá do “tom” que será usado por Dilma Rousseff.

— Ela será, a priori, tratada com respeito. Com a distinção que uma presidente, mesmo afastada, merece. O que juiz nenhum admite é que o réu faça provocações. Tudo vai depender do comportamento da presidente Dilma. É a última chance para ela se defender. Até agora, ela não se defendeu, apresentou apenas desculpas. E desculpas não vão levá-la à absolvição — afirmou.

Confronto

O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou a decisão e disse que os senadores têm o dever de perguntar. Ele afirmou que quer “ver o confronto” entre aqueles a favor do impeachment e Dilma Rousseff.

— Eu acho que nesse dia o Brasil vai parar para escutar a presidente Dilma e eu tenho uma certeza: nós vamos virar a opinião pública. Porque vai ficar claro que não houve crime por parte dela, ela respondendo a cada senador. Estão dando um golpe no país, acusaram a presidente de tudo. Eles têm que falar. É um dever do senador se posicionar nesse momento — opinou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)