Depois do feijão, governo pode autorizar importação de milho para reduzir preço

Da Redação | 23/06/2016, 13h45

Os preços dos grãos no mercado interno estão sendo observados pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Ele admitiu nesta quinta-feira (23), em audiência pública na Comissão de Agricultura (CRA), que poderá rever as taxas de importação do milho, assim como ocorreu com o feijão, para amenizar os efeitos negativos no bolso dos consumidores. Os preços de ambos os grãos subiram em razão de problemas nas colheitas.

- Estamos tomando duas atitudes. A primeira é provocando o governo a dar um preço mínimo maior. Nós defendemos preço mínimo de 18 reais para a saca de milho. Do outro lado, você tem que mostrar ao produtor que se o milho subir muito de preço, nós vamos também, a exemplo do que fizemos agora com o feijão, liberar a importação. O que não podemos deixar é que o mercado fique especulativo e leve o milho a 60 reais – argumentou.

Maggi admitiu liberar a importação de milho em resposta ao senador Acir Gurgacz (PDT-RO). O parlamentar observou que os preços recorde do milho têm afetado toda a indústria de carne. Criadores de frangos, de suínos e de gado leiteiro, disse Acir, têm no grão a principal fonte de alimento para os animais e sofrem com a pressão nos custos.

Setor estratégico

Entre outros temas, Blairo Maggi relatou que tem se reunido com representantes da cadeia produtiva e pedido sugestões para reduzir a burocracia nos procedimentos e normas do Ministério. Abordou ainda a questão da infraestrutura e do armazenamento de grãos, os  desafios do setor de pesca e aquicultura e afirmou que está em  estudo um novo modelo de seguro rural.

Senadores foram unânimes em apontar o setor agropecuário como estratégico para ajudar o país a superar a crise.

- A crise seria muito mais aguda não fosse o trabalho dos agricultores brasileiros – afirmou a presidente da CRA, Ana Amélia.

Roberto Muniz (PP/BA) propôs a criação de um Fundo Agropecuário Nacional como forma de defender e fortalecer a produção.

- Essa estruturação deste fundo pode ser abraçada pelo Ministério como uma política pública nacional, como já temos em diversos outros setores -  afirmou Muniz.

O ministro Blairo Maggi lembrou que vários estados já têm fundos regionais e disse que vai estudar a possibilidade de levar adiante a proposta.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)