Protocolada no Conselho de Ética representação contra Romero Jucá

teresa-cardoso | 24/05/2016, 13h41

Assinado pelo senador Telmário Mota (PDT-RR) e pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi protocolado, nesta terça-feira (24), no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, pedido de abertura de processo disciplinar contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) por quebra de decoro parlamentar em consequência de notícias publicadas na imprensa que o situam numa conversa interpretada como obstrução à Operação Lava Jato.

Referindo-se à cassação do mandato de Delcídio do Amaral, os autores dessa representação afirmam que “novamente vem à luz do amplo conhecimento público gravação de conversa em que o senador Romero Jucá protagoniza diálogo com interlocutor que tem como tema a mudança de rota do andamento daquelas investigações”. O texto faz referência a matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo que diz reproduzir conversa entre Jucá e o ex-senador Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e investigado pela Lava Jato.

“Trata-se de conversas obtidas, mediante gravação telefônica, ocorrida em março do ano corrente, na qual o denunciado manifesta seu claro intento de obstaculizar as investigações da Operação Lava Jato”, dizem os denunciantes.

Telmário e Carlos Lupi entendem que, na matéria, “estão presentes elementos de prova suficientes para justificar a abertura de processo de quebra de decoro parlamentar junto ao Conselho de Ética”. Eles sustentam que, durante toda a conversa divulgada, resta inequívoco o propósito do denunciado de utilizar o governo de Michel Temer para atrapalhar ou impedir as apurações da operação contra os agentes políticos envolvidos.

"É clara, sem sombra de dúvidas, a intenção do senador denunciado de buscar proteção pessoal e se esquivar do alcance das investigações, mediante um grande acordo. A nosso sentir, não há qualquer dúvida de que o senador Romero Jucá abusou de suas prerrogativas constitucionais, pois realizou conversa incompatível com a conduta de um parlamentar", afirma ainda o texto da representação.

Se julgada procedente a denúncia, os denunciantes querem que o processo seja encaminhado à Mesa do Senado para que dê curso a processo semelhante ao sofrido por Delcídio do Amaral. Presidente do Conselho de Ética, o senador João Alberto (PMDB-MA) tem cinco dias para decidir se dará curso ou não a essa representação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)