Rádio Senado conta a história de Manoel Fiel Filho, morto na ditadura

Da Rádio Senado e Da Redação | 01/04/2016, 08h29

No dia 16 de janeiro de 1976, dois agentes da repressão, disfarçados de funcionários da prefeitura, prenderam, sem qualquer autorização da Justiça, o operário Manoel Fiel Filho na fábrica em que ele trabalhava, em São Paulo. Vinte e quatro horas depois, o trabalhador estava morto. Nesta sexta-feira da semana em que o Brasil lembra os 52 anos do golpe civil-militar, a Rádio Senado apresenta a reportagem especial “Fiel: a história sem fim de um operário”, do jornalista Rodrigo Resende.

Nos 30 minutos do programa que será transmitido a partir das 18h desta sexta-feira (1º), o ouvinte poderá saber que a morte de "Fiel" foi um dos gatilhos para que o presidente Ernesto Geisel começasse a afastar a chamada “linha dura” das entranhas do regime e abrisse, ainda que de forma lenta, os caminhos para a redemocratização no Brasil.

“A força de segurança não é para matar, não é para desaparecer com as pessoas... É para protegê-las”, observa o senador João Capiberibe (PSB-AP), um dos entrevistados do programa.

Entre a prisão do operário e o anúncio da morte, foram 24 horas de horror, que não chegaram ao fim nem mesmo durante o enterro, como lembra uma das filhas do operário. “Foi um velório de duas horas em que a gente não podia fazer nada, não podia falar, não podia se expressar, porque tinha uma porção de gente estranha, olhando, vigiando”, lembra Maria Aparecida Fiel, a filha mais velha de Manoel.

Além de Capiberibe, da esposa de Manoel Filho – Tereza Fiel – e das filhas, também foram ouvidos jornalistas e cineastas que viveram naquele período, um dos mais violentos da ditadura brasileira.

Alagoano, Manoel Fiel Filho é conterrâneo do escritor Graciliano Ramos, que 40 anos antes da morte do operário, em 1936, também foi preso por motivos políticos. O período em que o "Velho Graça" ficou atrás das grades foi a motivação para a elaboração da obra “Memórias do Cárcere”, também usada ao longo da reportagem.

COMO OUVIR

Dia e horário: Sexta (1º de abril), às 18h. Reprises sábado (2), às 10h, e domingo (3), às 17h.
Para sintonizar: A Rádio Senado transmite sua programação para Brasília e regiões vizinhas na frequência de 91,7 MHz e para outras nove capitais: Cuiabá (102,5 MHz), Fortaleza (103,3 MHz), João Pessoa (106,5 MHz), Manaus (106,9 MHz), Natal (106,9 MHz), Rio Branco (100,9 MHz), Teresina (104,5 MHz), Macapá (93,9 MHz) e São Luís (96,9 MHz).
Pela internet: A reportagem fica disponível na página da Rádio Senado, em http://www12.senado.gov.br/radio/1/reportagem-especial.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)