Cidadãos poderão tirar dúvidas sobre a zika em debate no Senado

jornal-do-senado | 16/02/2016, 11h04

Audiência entre senadores e especialistas marcada para quinta-feira receberá perguntas por telefone e pela internet sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

A Comissão Senado do Futuro (CSF) e a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) farão audiência pública conjunta na manhã desta quinta-feira (18) sobre as iniciativas de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, zika e chicungunha. O debate, proposto pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT), deverá contar com a participação da Embrapa, da Universidade de Brasília e dos Institutos Agronômicos de Campinas e do Paraná. Qualquer pessoa poderá enviar perguntas aos senadores e pesquisadores que participarão do encontro (veja como no Saiba Mais).

A gravidade e o alto número de casos das doenças transmitidas pelo mosquito motivaram o debate. Duas semanas atrás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta global declarando como emergência de saúde pública os casos de microcefalia e outras doenças neurológicas causadas pelo vírus Zika.

Microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro do bebê não se desenvolve de maneira adequada. A OMS apontou a possível relação entre o Zika e os casos de microcefalia. Entretanto, segundo o Ministério da Saúde, as investigações sobre o vírus continuam para esclarecer questões como a transmissão, a atuação no organismo humano, a infecção do feto e o período de maior vulnerabilidade para a gestante.

De 22 de outubro a 6 de fevereiro, foram notificados 5.079 casos suspeitos de microcefalia no país. Destes, 462 tiveram confirmação de microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo que 41 com possível relação ao vírus Zika. Outros 765 foram descartados e 3.852 continuam sob investigação.

O principal modo de transmissão do vírus é a picada do Aedes aegypti. Outras formas de contágio estão sendo apuradas. O Serviço de Saúde do Condado de Dallas, nos Estados Unidos, divulgou que a região teve um caso de transmissão sexual do Zika. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, constatou a presença do vírus em amostras de saliva e urina. De todo modo, de acordo com as autoridades sanitárias, o combate aos criadouros do mosquito é a forma mais importante e eficaz de combater o problema. O Senado, por exemplo, entrou nessa batalha. Como resultado, não foram encontrados indícios de criadouros nas dependências da Casa em verificação feita há duas semanas por agentes da Vigilância Ambiental em Saúde do Distrito Federal. Nesta edição, o Especial Cidadania apresenta medidas simples que podem ser adotadas para proteger as residências.

Senadores pedem união de todos para enfrentar o problema

“Nós estamos caracterizando essa questão hoje como uma doença ambiental. Não dá mais para separar o mundo rural e as cidades nessa epidemia” — Wellington Fagundes (PR-MT)

“Primeiro, tem que haver uma grande união nacional. É uma situação muito grave. Mas o Brasil está numa briga política que não para. Pelo amor de Deus, paremos com nossas brigas e façamos pelo menos um esforço de união nacional em cima desse tema” — Lindbergh Farias (PT-RJ)

“Um tema que é convergente é o combate ao Aedes aegypti, que aglutina todos os segmentos da sociedade. Então, quando a presidente da República vai se pronunciar sobre o assunto, ela recebe um panelaço. Fica claro que, nem nos pontos de convergência, a presidente tem interlocução com a sociedade brasileira.” — Ronaldo Caiado (DEM-GO)

“É uma questão não apenas de governo, mas da sociedade toda. A gente vê com tristeza alguém tomando um refrigerante ou uma água mineral, abre o vidro do carro e joga a embalagem vazia na rua. Isso é risco de acidente, mas agora risco também de aquele líquido estar ajudando a propagar o mosquito.” — Ana Amélia (PP-RS)

“A população tem sido alertada como nunca antes. Isso é um despertar da população, essa necessidade de todos vigiarem. Eu acho que essa mobilização está sendo feita agora cada vez mais. Aí é também o papel do Congresso Nacional, o de tentar contribuir para esse despertar.” — Lasier Martins (PDT-RS)


Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)