Comissão faz diligência na Bahia para verificar situação do Rio São Francisco

Da Redação | 27/11/2015, 08h03

A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) realiza nesta sexta-feira (27) diligência em Bom Jesus da Lapa (BA). O objetivo é verificar a situação do Rio São Francisco e os efeitos da crise hídrica que levam os dois mais conhecidos reservatórios de geração de energia hidroelétrica da calha principal do rio (Sobradinho e Três Marias) a estarem praticamente no volume morto. O presidente da CMA, senador Otto Alencar (PSD-BA), conduzirá as atividades a partir de 9h.

As autoridades visitarão trechos do rio e participarão da soltura de peixes. A diligência integra o plano de trabalho da CMA que avalia a política pública de revitalização da Bacia Hidrográfica do Velho Chico.

A comitiva que visitará o berço religioso do São Francisco será integrada por senadores, deputados federais e estaduais. O presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Felipe Mendes de Oliveira, e prefeitos da região também estarão presentes.

Destruição

O presidente da CMA tem manifestado grande preocupação com o São Francisco, conhecido como "rio da integração nacional" por cortar cinco estados – Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Otto Alencar tem alertado constantemente para o comprometimento de afluentes, prejudicados pelo despejo de esgoto, assoreamento, destruição de mata ciliar e das nascentes. Também tem denunciado o desaparecimento de rios na Região Nordeste e Minas Gerais.

O presidente da CMA defende que o governo federal decrete situação de emergência na Bacia Hidrográfica do São Francisco em razão do assoreamento e do baixo nível das barragens de Sobradinho e de Três Maria. O Rio São Francisco é a única fonte segura de água para o semiárido brasileiro.

Volume morto

Nesta semana, a barragem de Sobradinho atingiu menos de 2% do volume útil. A barragem de Três Maria está apenas com 8% de sua capacidade de reservar água.

— Sobradinho já está no volume morto — alertou Otto Alencar.

O parlamentar argumenta que, apesar do acelerado aumento da utilização das águas do São Francisco, não têm ocorrido investimentos dos governos federal e estaduais suficientes para garantir a preservação de nascentes e afluentes do rio. Para Otto Alencar, sem a revitalização não será possível a transposição das águas do Velho Chico e o rio será apenas um caminho de areia em pouco tempo.

— Só se produz água plantando árvores — disse o presidente da CMA.

Audiência pública

A diligência integra o plano de trabalho da comissão que realizou, no último dia 17, audiência pública com especialistas e autoridades públicas para debater a situação do rio.

Na avaliação dos participantes, somente o esforço conjunto da sociedade, do governo federal e dos governos dos estados banhados pelo Rio São Francisco poderá impedir a morte do Velho Chico. Eles defenderam maior investimentos na recuperação do rio.

Com informações da assessoria de imprensa do senador Otto Alencar

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)